Aldir Sales e Suzy Monteiro
04/06/2018 12:47 - Atualizado em 06/06/2018 13:31
Casal Garotinho
Casal Garotinho deixa Fórum após interrogatório
Casal Garotinho deixa Fórum após interrogatório
Casal Garotinho deixa Fórum após interrogatório
Casal Garotinho chega ao Fórum
Casal Garotinho chega ao Fórum
Casal Garotinho chega ao Fórum
Casal Garotinho chega ao Fórum
Casal Garotinho chega ao Fórum
O casal Anthony (PRP) e Rosinha Garotinho (Patri) esteve, nessa segunda-feira (4), em Campos para o interrogatório na ação penal decorrente da operação Caixa d’Água. Durante a audiência, como o ex-secretário municipal de Governo já havia feito na operação Chequinho, eles não responderam às perguntas, alegando que só falariam diante de um advogado constituído e que havia cerceamento de defesa. O advogado Carlos Azeredo, que os representa, não compareceu sob a justificativa de estar passando por uma cirurgia de catarata. Ao juiz tabelar da 98ª Zona Eleitoral, Ralph Manhães, Garotinho afirmou que a cirurgia não ocorreu antes devido à greve dos caminhoneiros. Na saída, o ex-governador se limitou a dizer que “quem não deve não teme”, assim como declarou em sua chegada.
Para essa segunda, estavam marcados, também, os interrogatórios do ex-secretário de Controle Suledil Bernardino, o ex-subsecretário de Governo e hoje vereador Thiago Godoy (PR), o empresário Ney Flores e o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro da Silva, o Toninho. Outros dois réus — o ex-presidente nacional do PR, Antonio Carlos Rodrigues, e o genro, Fabiano Alonso, — conseguiram liminar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para serem ouvidos por carta precatória.
Antes do início da audiência, o casal apresentou petição, pedindo adiamento em razão da cirurgia do advogado. O juiz negou, destacando que o procedimento teria sido marcado na semana passada e lembrou que, na audiência anterior — de 18 de abril —, o advogado também não compareceu, afirmando estar internado. Na oitiva das testemunhas de defesa de Garotinho, pela qual eles foram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que fosse deferidas, o advogado só chegou após o término, “demonstrando o caráter procrastinatório e o desinteresse por estas testemunhas”, segundo o juiz. Ralph também havia nomeado dois advogados dativos, Paulo Barbosa Xavier e Roberto Almeida dos Santos. Os defensores dos demais réus também pediram adiamento da audiência, sob alegação de que nem todas as testemunhas por precatória foram ouvidas. Mais uma vez, o pedido foi negado.
Godoy — O vereador negou qualquer envolvimento com prestação de contas de campanha, afirmando que atuou apenas na parte jurídica junto ao TRE. Disse que Rosinha era quem “mandava” na Prefeitura e que só soube de uma reunião entre empresários e Garotinho na no Rio de Janeiro pela denúncia do Ministério Público, mas sabia da existência da sala onde aconteceu. Godoy disse, ainda, que conhece o delator André Luiz da Silva Rodrigues, o Deca, porque ele foi a Brasília quando Garotinho era deputado federal e Thiago era chefe de gabinete. E que Deca se gabava de ter relação direta com Garotinho.
Ney Flores — Disse que conhecia a sala da reunião na Torre do Rio Sul, que conhece Deca desde 2012, quando este pediu para intermediar contato com Garotinho, já que estava com faturas em aberto na Prefeitura. Que participou da campanha de Garotinho e a empresa que chegou a ser sócio fez doações para as campanhas de Rosinha em 2012 e Garotinho em 2014, mas contabilizado. Disse que Garotinho quis reunião com empresários. Negou qualquer extorsão.
Suledil — Disse que só realizava trabalhos técnicos e que as denúncias são inverídicas.Toninho, Rosinha e Garotinho não responderam.
O juiz estabeleceu 10 de julho como prazo máximo para cumprimento das cartas precatórias. Ele vai avaliar pedido da defesa de Rodrigues e Alonso para desmembrar o processo. Um pedido de acareação de Flores com Deca e Geraldo Pudim foi negado.
Claque menor e casal com apoio de 15 militantes
Diferente de outros tempos, o casal Garotinho chegou ao Fórum de Campos cercado com bem menos militantes. Cerca de 15 pessoas ficaram em frente à Comarca aguardando os ex-governadores. Entre eles, estavam apenas dois vereadores condenados na operação Chequinho e afastados por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE): Thiago Virgílio (PTC) e Linda Mara Silva (PTC).
Tanto na chegada quanto na saída do local, Anthony Garotinho repetiu que “quem não deve não teme”, sem responder aos questionamentos, enquanto a ex- prefeita Rosinha Garotinho não falou com a imprensa.
Dentro do fórum, a movimentação também foi tranquila. Aproximadamente dez policiais militares foram deslocados para fazer a segurança da sala de audiência e dos réus da operação Caixa d’Água, porém, mesmo quando os ex-governadores passaram pelos corredores, não houve qualquer reação de apoio ou repúdio aos dois políticos.