Desaparecimento de Neivaldo completa 3 anos
Victor de Azevedo 20/06/2018 22:11 - Atualizado em 26/06/2018 15:48
Neivaldo
Neivaldo / Divulgação
O desaparecimento do comerciante, publicitário e “filósofo” autodidata campista Neivaldo Paes Soares, o Bambu, completa três anos nesta quinta-feira. Desde a noite do dia 21 de junho de 2015, o sumiço é um mistério para familiares, moradores e autoridades. A última vez que foi visto, Bambu estava entrando com sua canoa a motor, sozinho e sem coletes salva-vidas, na travessia do rio Paraíba do Sul, entre a praia de Atafona e a Ilha do Peçanha, onde morava. Segundo o delegado da 145ª DP, Carlos Augusto Guimarães, as investigações continuam, apesar dos complicadores, como redução de efetivo e dificuldade em encontrar testemunhas.
— Depois de tanto tempo, algumas testemunhas não são encontradas, parece que um personagem que estava envolvido no enredo teria falecido. A demanda de trabalho tem crescido nos últimos tempos e o efetivo só reduz, então não dá pra ter a qualidade de trabalho que tinha antigamente, mas se alguém tiver alguma informação relevante pra passar para a Polícia, o inquérito ainda está em andamento. Só precisamos de uma linha mais robusta pra investigação — disse.
No dia seguinte ao desaparecimento, a canoa usada por Neivaldo foi encontrada por pescadores com o motor ligado, rodando em círculos com os seus pertences. Para Elvio Paes Soares, irmão de Bambu, as esperanças de encontrá-lo não existem mais. “Depois desse tempo todo, esperança não existe mais, não achamos nem os ossos. E também não temos mais respostas da Polícia e da Guarda Costeira”, disse.
Porém, para ele, as autoridades fizeram o possível para desvendar o desaparecimento de Neivaldo, que à época tinha 54 anos.
— Eu acho que dentro do possível, eles fizeram sim. Até cães farejadores eles conseguiram para ajudar nas buscas. Então, não posso reclamar do empenho das autoridades — ressaltou.
Em relação à Marinha, no ano passado, o órgão informou que Agência da Capitania dos Portos em São João da Barra (AgSJBarra) instaurou procedimento administrativo para investigar o caso, concluindo, diante dos fatos apurados e relatos colhidos, que não foi possível constatar se ocorreu algum acidente. Após a realização do referido procedimento, o processo foi arquivado pelo Tribunal Marítimo, pois não restou comprovada a materialidade do suposto fato da navegação.
Neivaldo atuou na Folha da Manhã nos anos 1990, onde costumava colaborar com artigos, geralmente criticando o sistema manicomial brasileiro.

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