O “Papel do Jornalismo no Combate ao Racismo” é o tema da Semana da Imprensa Campista, que este ano será realizada em parceria com a Superintendência da Igualdade Racial (Supir), que propôs a abordagem nesta 28ª edição. Serão oficinas, minicursos e palestras que estarão abertas a população de 4 a 9 de junho. Com a Supir, assinam a organização do evento a Associação da Imprensa Campista (AIC) e o curso de Jornalismo do Centro Universitário Fluminense (Uniflu).
A superintendente da Supir, Lúcia Talabi, explicou que os temas foram escolhidos com base nas principais demandas que chegam ao órgão. “São todas questões que precisam estar em discussão e é importantíssimo que possamos discutir com a imprensa e com a população, já que o evento será aberto a todos”, afirma.
O objetivo da Semana será discutir como avançar no discurso em prol da igualdade e os desafios ainda encontrados nas abordagens atualmente. Entre os destaques da programação estão as conferências da jornalista Laís Monteiro, do site Desabafo Social, e da jornalista Luciana Barreto, apresentadora da TV Brasil. Também haverá mesa de debates com os professores Orávio de Campos Soares e Maria Alice de Oliveira Pohlmann, sobre a imprensa campista no século XIX, e com jornalistas negros que atuam em redações jornalísticas de Campos, além de minicursos e atividades de integração da categoria
— Vamos abordar nos minicursos questões de legislação, os efeitos psicológicos de como o negro é tratado pela mídia e empoderamento do discurso. Nas palestras, as mediações serão feitas tanto por jornalistas quanto por membros da Supir — acrescentou a diretora de Pesquisa e Projetos Sociais da superintendência, Simone Pedro.
A coordenadora do curso de Jornalismo do Uniflu, Jacqueline Deolindo, destaca que “para o nosso curso, ser parte da Semana da Imprensa é sempre uma grande oportunidade de integrar os estudantes ao ambiente de ação dos profissionais que já estão consolidados no mercado, mas, acima de tudo, de envolvê-los nas discussões críticas da área. O tema deste ano, por exemplo, nos inscreve em um debate que, sim, travessa a sala de aula em diversos momentos, mas que acaba, devido ao currículo, não sendo uma análise aprofundada. Nesta semana, nos dedicaremos só a isso”.
Deolindo explica ainda a necessidade da discussão do racismo no atual momento brasileiro. “Falar sobre etnia, raça e gênero em um contexto de tanto preconceito e conservadorismo, reacende e alimenta aquela dimensão ética da profissão e sua meta de contribuir com uma sociedade mais esclarecida e plenamente cidadã”, defende. (A.N.)