Em se tratando de Flamengo e Corinthians, falar em jogo grande, importante, é pura redundância.
Independente do que estiver valendo ou das respectivas posições em que os rivais se encontrarem, seja qual for o torneio o simples confronto entre os dois clubes de maior torcida do Brasil já basta para ‘fazer’ o espetáculo. Ainda mais tendo o Maracanã como palco.
Contudo, o jogo de hoje, válido pela 9ª rodada, reúne peculiaridades que fazem com que seja o mais importante do Campeonato Brasileiro até o momento. Senão, vejamos:
Flamengo – Líder isolado da competição, com 17 pontos (*o São Paulo pode ter ultrapassado ontem, mas tem um jogo a mais), a vitória do Flamengo não apenas consolida o 1º lugar como espanta a desconfiança dos que advertem que o rubro-negro, mesmo tendo vencido a maioria dos jogos, não está convencendo.
Ganhou do Bahia (2 a 0), mas levou sufoco no 2º tempo, com Diego Alves garantindo o resultado. A vitória de 1 a 0 sobre o Atlético-MG foi ainda mais questionada, com o placar não refletindo a realidade do jogo. Antes, a derrota para a Chapecoense ‘caiu’ como um balde de água fria para um time que briga pelo título.
Assim, vencendo hoje, o Mengão abre seis pontos sobre um competidor direto – atual campeão brasileiro – e, dependendo dos resultados de S. Paulo, Fluminense e Internacional, pode construir vantagem que lhe permita um tropeço no jogo do dia 7, contra o Flu, sem que perca a dianteira, que ficaria praticamente assegurada até 11ª rodada, dia 10, quando enfrenta o Paraná no Maracanã.
Ressalve-se, mesmo se for derrotado, o Flamengo só perde a liderança para o São Paulo em caso de vitória do tricolor paulista. Mas, ao invés de abrir distância, fica embolado com mais quatro ou cinco.
Resta evidente que perder para o Corinthians é um resultado perfeitamente normal. Entretanto, nas atuais circunstâncias, a vitória elevaria sobremaneira a confiança no elenco o no trabalho do técnico Maurício Barbieri, sobre quem ainda pesa a sombra de interino.
Corinthians - Vitória ou derrota leva aos extremos
Valendo muito mais do que para o Flamengo, o Corinthians tem um jogo com ares de decisão. Simples: na terceira posição com 14 pontos, a vitória coloca o Timão com 17, atrás do Fla apenas pelo saldo de gols e, dependendo de outros resultados, no bolo dos líderes. Na pior das hipóteses, atrás do S. Paulo – também a depender do resultado de ontem.
Já a derrota pode ser catastrófica, caindo de um possível 2º até para 10º lugar, de acordo com a combinação dos demais resultados.
Para o técnico Osmar Loss, a situação ficaria muito ruim. Com ele, o Corinthians perdeu dois dos três jogos que realizou, respirando na rodada passada quando suou horrores para bater o América-MG por 1 a 0, jogando em casa.
Se perder hoje, não obstante esteja perdendo para o líder do campeonato na casa do adversário, serão três derrotas em quatro jogos e a comparação inevitável com Carille, o que fatalmente levaria a diretoria a começar a pensar em um novo comandante.
Por tudo isso, mesmo levando em conta que entre o topo e o meio da tabela o ‘abismo’ é de seis pontos, a colocação vai pesar.
Rivalidade - Os arredores de um grande clássico
Nos entornos do jogo de tamanho gigante entram muitos ingredientes além da posição da tabela, a começar pelo crescimento do público nos estádios, que nesta temporada está bem acima das anteriores.
Hoje, Fla x Coringão promete novo recorde no Brasileirão. O Flamengo, que a nação rubro-negra chama de ‘trem pagador do futebol brasileiro’, detém os três maiores públicos do campeonato, nos jogos contra o Inter e Vasco, no Maracanã, e contra o Ceará, no Castelão. O Corinthians, não fica atrás.
Títulos – Com a conquista de 2017, o Timão chegou ao sétimo título brasileiro, um a mais que o Flamengo. Logo, o time carioca tem a aspiração de levantar a taça para igualar o ‘placar’. Daí a importância de se manter na liderança nessas primeiras rodadas.
Além disso, há três temporadas o rubro-negro se prepara para vencer títulos importantes (Libertadores, Copa Brasil, Brasileiro...) o que não aconteceu. Ano passado, ficou como vice na Sul Americana e Copa Brasil.
Já o Corinthians, ao contrário, venceu o Brasileiro de 2011, 2015 e 2017; a Recopa de 2013; e a Libertadores e o Mundial de 2012, o que torna o time paulista o maior vencedor do Brasil na década.