Dora Paula Paes
23/06/2018 17:34 - Atualizado em 26/06/2018 15:36
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou ao consórcio UHE Itaocara I que a validade da Licença de Instalação da hidrelétrica, projetada para o município, termina no dia 29 de julho deste ano. Ela foi concedida em 2013 e tinha validade de cinco anos. O antigo projeto, no médio-baixo Paraíba do Sul, morre antes de começar. Segundo o Ibama, o encerramento é porque não houve obra no período. Segundo assessoria da UHE, a previsão era que as obras tivessem início em 2016, mas o cenário econômico, na ocasião, impossibilitou seguir o cronograma. Para o ambientalista, Aristides Soffiati, a notícia não significa que os planos de construir a hidrelétrica esteja sepultado: “Só sei dizer que os rios (Paraíba do Sul, Pomba, Muriaé e Itabapoana, os principais) da região não comportam mais projetos como esse”, ressaltou.
A assessoria do Consórcio disse que o “órgão ambiental solicitou a abertura de um novo licenciamento ambiental, mas ainda não existe previsão para a conclusão desta nova etapa”. O Ibama também pediu a UHE Itaocara I a realização de uma campanha de esclarecimento, via o Programa de Comunicação Social, para que tire dúvidas da população nos municípios de Itaocara, Aperibé, Cantagalo, Santo Antônio de Pádua e Pirapetinga.
O projeto inicial, em 2016 quando se falou no início das obras, tinha previsão de investimento de R$1 bilhão, com a formação de mão-de-obra de 1.200 empregos diretos na fase de construção. O consórcio é formado por 49% da Cemig e 51% da Ligth. O grupo arrecadou a área em leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A capacidade do projeto da hidrelétrica era gerar 150 megawatts; o suficiente para abastecer uma cidade de 400 mil habitantes.
“Vivenciei várias situações de projetos caducados pelo prazo, mas que voltaram depois. A hidrelétrica de Itaocara é um deles. Depois de engavetado, ele voltou com nova maquiagem. Projetou-se uma pequena central hidrelétrica (PCH) para o rio Imbé que não foi adiante. Não garanto que não retorne”, conclui Aristides Soffiati.