O técnico Adoildo Melo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), fez nova avaliação positiva do desenvolvimento do primeiro plantio de tomate em Campos, dentro do sistema Tomatec. Ele realizou a terceira visita técnica ao local, na Fazenda Santa Helena, na RJ-158 (Campos-São Fidélis), a 15 quilômetros do Centro. Funcionário da Embrapa Solos do Rio de Janeiro, onde desenvolveu o método com outro colega, Adoildo acompanha o trabalho da Prefeitura de Campos, que incluiu o cultivo sustentável do fruto no projeto “Caravana Campos para além dos royalties”.
Na inspeção, Adoildo se reuniu com a equipe técnica no local que acompanha o projeto representando instituições como: Defesa Agropecuária do estado, Emater-RJ, Pesagro-RJ, Universidade Federal Rural (UFR-RJ) e “Fórum Agronorte”. O grupo percorreu toda a área de 720m², analisando o aspecto das plantas, alguns frutos e possível presença de insetos entre as folhas. A colheita nos cerca de mil pés da espécie “italiano” começa em 50 dias.
— Gostei muito do que vi. O plantio foi feito há 54 dias e apresenta um desenvolvimento excelente, já com frutos muitos bonitos, necessitando apenas de pequenas correções técnicas. Algumas lagartas localizadas podem ser controladas facilmente com o inseticida não tóxico, que já vem sendo utilizado, como a calda bordalesa (sulfato de cobre com cal hidratada), por exemplo — afirmou o técnico da Embrapa, que mantém agenda concorrida de consultoria sobre o sistema em todo o país e esteve em Campos, na quinta-feira.
O sistema apresenta como grande vantagem as “boas práticas agrícolas”, sem o uso de defensivos químicos. O sistema utiliza fertirrigação (água misturada com nutrientes) por gotejamento, o ensacamento das pencas (proteção contra insetos) e os “fitilhos” (fitas substituindo os bambus cruzados) sustentados por arames.
Com duas áreas já ocupadas e outras quatro sendo preparadas para plantio, o Tomatec é apenas o primeiro dos projetos agrícolas da “Caravana”. “Esse trabalho de ajudar a levar alternativas ao pequeno produtor e estamos bem otimistas”, completou o pesquisador da UFR-RJ Frederico Veiga.
O agricultor pioneiro no sistema em Campos, Wando Alves, afirma estar consciente da responsabilidade de “fazer a coisa dar certo”. “A dedicação é exclusiva; amanheço aqui e fico até o por do sol”, disse. (A.N.)