A classe empresarial de Campos se despediu na tarde dessa quinta-feira de um dos seus maiores expoentes: o empresário e ex-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Edvar de Freitas Chagas, aos 79 anos. O proprietário da Femac Móveis morreu na madrugada dessa quinta-feira (8), no Hospital Dr. Beda, onde estava internado, com quadro de pneumonia, desde segunda (4). O sepultamento aconteceu no cemitério Campo da Paz. “Seu Edvar”, para quem o conhecia de longe, ou “Vavá”, para os íntimos, completaria 80 anos no próximo dia 15. Querido pelos amigos, admirado pela visão futurista, é lembrado por lutas travadas, recomeço e tem sua marca registrada como líder do movimento lojista, além de olhar social, sem distinção. Ele teve três filhos — Edvar, Luciano e Alexandre (já falecido) — e deixa a viúva Cicinha Chagas, o neto Gabriel e a nora Sid.

No próximo dia 15, o empresário completaria 80 anos e comemoraria os 50 anos da loja em um evento com a já tradicional Mostra Femac. O evento, segundo a viúva Cicinha Chagas e os filhos Edvar Júnior e Luciano, será mantido em homenagem a Edvar.

Durante o velório, o diretor executivo da CDL Campos, Nílton Miranda, se emocionou ao cobrir o corpo do amigo com a bandeira da Câmara de Dirigentes Lojistas. “Assim que ele faleceu, por volta de 1h30 da madrugada, o filho Edvar me ligou. Ele era um grande amigo, com quase 50 anos da vida dedicados ao movimento lojista, sendo presidente da CDL e de todos os conselhos da instituição. Era um líder, sempre disposto a lutar pelas causas dos empresários e também em favor da comunidade, como quando questionou valores do IPTU, que acabou sendo reduzido e beneficiou toda a sociedade. Somente na CDL, estive com ele nos últimos 28 anos e é uma perda que nem consigo dimensionar”, disse Miranda.

• 

Na presidência da CDL, Edvar esteve por quatro gestões. A primeira vez foi em 1977 e a última em 2002, mas nunca esteve de fora da diretoria, inclusive, com atuação na Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro. Antes disso, em 1964, já militava na entidade de classe, fundada em 1963.

A luta mais recente foi com ações referentes ao Código Tributário no município, com destaque o valor do IPTU. A ação não favoreceu apenas o comércio, mas toda à população do município. Edvar, junto aos diretores e o presidente da CDL, Joilson Barcelos, conseguiu derrubar na Justiça o Código proposto pelo governo da ex-prefeita Rosinha Garotinho em 2016 e, outra vez, em 2017, através de diálogo, o projeto do governo Rafael Diniz.

Na área comercial, começou com a Feira das Máquinas — representante da marca Singer —, na década de 60, e depois, na década de 80, inaugurou a primeira Femac Móveis, na avenida Alberto Lamego. Também expandiu para fora dos limites de Campos e inaugurou a primeira filial, em Macaé.

A maior dor do empresário foi como pai, ao perder o filho Alexandre, ainda jovem, vítima de um acidente automobilístico. Anos depois, em outubro de 2013, um incêndio destruiu toda a loja da família. Foi preciso unir força para reconstruir, tijolo por tijolo, e começar tudo de novo, um ano depois.

Para o comércio, na gestão do então presidente da CDL, Marcelo Mérida, Edvar deixa como legado a Feira de Preços Especiais (Fepe), iniciada em 1999. Partiu de Edvar a sugestão para a feira que oferecia descontos de até 70% nos produtos. O sucesso foi grande para os comerciantes e de ganho social — nos primeiros anos a entrada era em alimentos distribuídos para os mais carentes. No ano passado foi realizada a 29ª Fepe e 30ª deve acontecer em setembro.

O ex-presidente da CDL, Murilo Dieguez, pontua: “A CDL fica órfã do seu grande conciliador. Terá que urgente encontrar alguém para cumprir esse papel tão bem executado por Edvar”.

Na despedida do empresário Edvar Chagas, nessa quinta, no Campo da Paz, a presença de uma legião de amigos para um último adeus, uma lágrima silenciosa ou um momento de reflexão. Cada um deixou, à sua maneira, uma mensagem com uma ponta grande de tristeza. Foi unanimidade, a disposição do empresário travar batalhas pelas quais acreditava. A principal paixão, depois da família, foi a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), garantem os amigos. Na instituição deixou sua marca, sua forma de liderar, sempre buscando a conciliação. O atual presidente da CDL, Joilson Barcelos chegou a divulgar um texto onde destaca: “Homem que também unia visão, garra, arrojo e prudência em seus negócios. Transformou o que era uma pequena empresa de máquinas de costuras em uma das grifes de revendas do setor moveleiro mais importantes do interior do Estado, a Femac. Soube costurar como poucos o caminho do seu sucesso, que depois passou a contar com a participação efetiva dos filhos Edvar Júnior e Luciano. Experimentou o lado amargo do destino quando a loja matriz, uma das maiores do estado, em poucos minutos foi consumida pelo fogo. O empresário assistiu a tudo ser derretido e entre as labaredas, um olho lacrimejava e o outro parecia mirar o futuro”.

“Edvar fez sua passagem, nós egoístas gostaríamos de continuar contando com ele aqui. Um ser humano que vai fazer falta, um líder nato, homem positivo. Ele nos deixa um legado de vida, luta e recomeço. Porque, depois te ter uma vida consolidada, após o incêndio em seu comércio, teve que recomeçar. Um exemplo!”. 

“A linha do tempo da nossa amizade é de perder as contas. Na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) somos companheiros desde 1964, quando começamos a militar no comércio. Uma pessoa que sempre foi um agregador, que soube fazer amigos. Vai nos fazer falta. Os comerciantes e empresários de Campos estão de luto”.

“Lamento muito a morte de seu Edvar, um grande empresário de nossa cidade de Campos e, atuante, em outros municípios. Mas, mais que isso, lamento pela grande pessoa, grande chefe de família, esposo, pai, avô. Lamento muito. E que Deus possa confortar toda família neste momento de dor”.

“É uma grande perda para a cidade. Sempre foi um empresário de sucesso, sempre lutou muito pelo comércio, muito ativo nas entidades lojistas de comércio. De maneira pessoal, também uma perda irreparável. Muito amigo de minha família, muito amigo de meu pai Aluysio Cardoso Barbosa”.

“Recebi com profundo pesar a notícia do falecimento do empresário Edvar Chagas, proprietário da Femac Móveis e ex-presidente da CDL. Edvar se dedicou ao comércio em Campos, um homem de muita garra e determinação. Neste momento de dor, peço a Deus para confortar e dar forças à sua família e amigos”.

“Edvar Chagas sempre foi um grande parceiro nosso nas demandas do Sebrae, em favor do desenvolvimento. Com certeza é uma partida que vai deixar uma lacuna no município, que militou arduamente, com sua forte representação na área comercial. O setor empresarial e o social de Campos perde muito com essa despedida”.

“O comércio do estado do Rio de Janeiro amanheceu triste com o comunicado do falecimento do amigo. Edvar faz e sempre fará parte da história do comércio campista, em especial da CDL Campos. Lembro que a Fepe foi criada na minha gestão, mas quem pensou o evento foi ele. Uma grande parceria”.

“A CDL tem 55 anos. Edvar faz e sempre fará parte dessa instituição. Como meu amigo vai fazer muita falta. As reuniões de segunda-feira não serão as mesmas, quando sempre expunha seus posicionamentos, era sempre ouvido. Sempre lutou pelos comerciantes e pela população como no caso do IPTU, por duas vezes”.

“Edvar parte deixando-nos muitas lições de amor, amizade, profissionalismo, ética e humanidade. Edvar é um grande líder e por anos presidiu a CDL. Não temos palavras para expressar os nossos sentimentos. Pedimos a Deus que conforte o coração dos familiares e amigos neste momento de dor”.

“Acho que depois da família, a grande paixão de Edvar era a Câmara dos Dirigentes Lojistas, sem dúvida nenhuma. Por ela, fez e passou por todos os cargos. Acho que além das realizações, a CDL ficou órfã do seu grande conciliador. Terá que urgentemente encontrar alguém para cumprir esse papel”.

“Edvar Chagas, um homem humilde e determinado. Deixa saudade também no âmbito institucional. Ele esteve sempre atuante na instituição que presidiu, a CDL, mas também como membro em outras entidades. Vai deixar uma lacuna na sociedade de Campos e no meio empresarial”.

“Um momento muito difícil. Difícil expressar o meu carinho por Edvar, Cicinha e seus filhos e neto. Perdemos um amigo de uma vida inteira. Só temos a agradecer e guardar na lembrança a pessoa de “Vavá”. Amigo, lutador e um homem que tinha sempre uma opinião firme e respeitada no seu meio”.

“Perda que vai impactar junto ao movimento lojista de Campos. Edvar será lembrando por seu dinamismo, visão futurista, um homem que amava trabalhar. Nossa amizade vem desde 1970, quase 50 anos de amizade. Ele nunca esteve à frente da Federação das CDLs, no Estado, mas sempre participou com um cargo”.

“Ontem estava nublado e, se hoje o dia está claro e bonito, já é a luz dele irradiando no céu. Edvar Chagas, nosso “Vavá” era uma pessoa do bem, passando alegria a todos e sempre presente nos momentos bons ou ruins. É com muito carinho e já com muita saudade que falo dele”.

“Perco duas vezes. Meu amigo pessoal e parceiro de luta na Câmara dos Dirigentes Lojistas. Todos perdemos com sua passagem. Edvar sempre esteve à frente nas lutas da instituição. Fica nosso respeito pela sua forma de agregar e sua luta nas questões tributárias independente de governos, sempre com posição firme”.

“Faltam palavras para falar do que significava meu querido ‘Vavá’. Passarinho levou meu irmãozinho”.

“Quero agradecer o carinho de todos que estão mandando mensagens. Tão bonito ver que meu

pai semeou a amizade nessa cidade e como ele é querido”.