Desconto do diesel chegas às bombas junto com aumento da gasolina
04/06/2018 11:21 - Atualizado em 06/06/2018 13:37
Desconto no preço do diesel
Desconto no preço do diesel / Paulo Pinheiro
O desconto de R$ 0,46 no óleo diesel, proposto pelo governo para pôr fim à paralisação nacional dos caminhoneiros, finalmente chegou às bombas em Campos. Nesta segunda-feira, quem abasteceu em um posto da avenida 28 de Março, por exemplo, pagou R$ 3,538 pelo litro do combustível. No papel fixado na bomba, como determina o governo, no dia 21 de maio o preço do combustível era de R$ 3.998. O governo diz que pode usar “poder de polícia” para fiscalizar preços nas bombas. Em compensação, a gasolina, que teve novo reajuste de 2,25% nas refinarias no último sábado (2), aumentou em mais de R$ 0,03 nas bombas. Na tarde desta segunda, foi anunciada nova modificação no preço da gasolina nas refinarias da Petrobras. A partir de terça-feira (5), haverá redução de 0,68%.
Distribuidoras ainda não estariam aplicando o reajuste definido pelo governo para o diesel, segundo os postos de combustíveis. O gerente-proprietário de posto, Mário Corrêa, explica que o desconto do diesel repassado para as empresas e, consequentemente para os postos, foi de R$ 0,42.
— O Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis informou esse valor, porque o litro do óleo diesel tem 90% de diesel e 10% de biodiesel. O desconto foi apenas em cima do diesel, ou seja R$ 0,42. Recebi combustível dia 21 com aumento, mas vendi o estoque com o valor que estava e só repassei o aumento no dia seguinte, perdendo, desde então, 6 centavos no valor do litro do combustível. Agora, tem a perda dos 4 centavos do biodiesel. Para um posto, esses centavos já são muito, mas para as companhias, que negociam milhões de litros de combustível, a diferença é imensa — destacou o empresário.
A redução foi um ganho para os caminhoneiros, mas, para o consumidor comum, a diferença não foi tão comemorada. “Estou aproveitando o desconto para abastecer, mas o preço ainda não é o ideal, tem de baixar mais. Hoje à noite, vou abastecer outra vez, para verificar se vai ter nova redução”, contou Antônio Plínio Queiroz.
Gasolina — O preço da gasolina já está mais caro nas bombas, reflexo do aumento de 2,25% aplicado pela Petrobras no litro do combustível nas refinarias, válido desde o último sábado. Ainda na manhã de ontem, em outro posto da mesma bandeira, o mesmo combustível estava a R$ 4,99 o litro, enquanto o litro do óleo diesel era vendido a R$ 3,799.
Na tarde desta segunda, no entanto, uma nova mudança no preço do combustível foi divulgada: uma redução de 0,68% em relação aos R$ 2,0113, vigente desde sábado, que passa valer nesta terça.
Fiscalização poderá ter força policial
Em Campos, a superintendência do Procon/Campos informou que já está atuando com base na Medida Provisória (MP) 838/2018 e na Portaria 735/2018, de 1º de junho, do Ministério da Justiça. O governo federal também fala em esforço para garantir a redução do diesel, inclusive, usando o poder de polícia se for necessário.
O superintendente, Douglas Leonard, explica que tanto a MP como a Portaria foram publicadas na semana passada e muitos postos de Campos ainda não receberam o produto com o desconto anunciado pelo governo federal, portanto, muitos ainda não repassaram o desconto para o consumidor, conforme prevê a portaria.
Já em Brasília, o ministro Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que o abastecimento foi normalizado em todo o país e que, agora, o governo vai concentrar esforços para fiscalizar o implemento das medidas de redução no preço do óleo diesel.
— O governo federal, neste momento, está se reajustando para a fiscalização disso [redução do preço do diesel]. E, todo o esforço, todo o poder de polícia que o governo tem, será posto em um esforço de garantir os R$ 0,46 — disse o ministro em entrevista no Palácio do Planalto após reunião do gabinete especial que acompanha os efeitos da greve dos caminhoneiros.
Petrobras nega reajuste no preço do gás de cozinha
No meio do burburinho de aumento de combustíveis, segundo o jornal Extra, a Petrobras negou nesta segunda-feira o aumento de 8,9% no preço do gás de cozinha para botijão de até 13 kg (gás liquefeito de petróleo - GLP) e que seria aplicado nesta terça-feira. O boato tem sido compartilhado pelas redes sociais. O último reajuste no GLP começou a valer no dia 5 de abril, e as variações nos preços passaram a ser trimestrais em janeiro deste ano.
A política anterior, que autorizava revisões de preços para cima ou para baixo todo dia 5 de cada mês, foi suspensa devido ao forte impacto que vinha causando no preço final para os consumidores. Em 2017, o custo do botijão de gás acumulou uma alta de 16%.
Com a mudança nos reajustes, ficou decidido também que variações acima de 10% — para cima ou para baixo — precisarão de autorização do grupo executivo de mercado e preços da Petrobras, formado pelo presidente e por diretores da companhia.
(V.N.) (D.P.P.) (A.N.)

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