Na apresentação de “2001: Uma Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick, na quarta-feira (20), no Cineclube Goitacá, os publicitários Gustavo Oviedo e Felipe Fernandes, que faz crítica de cinema na Folha2, destacaram que o filme realizado em 1968 possibilita que o espectador faça uma “verdadeira viagem espacial” através de recursos técnicos que revolucionaram o cinema de ficção científica. “Até então, os filmes mostravam discos voadores e seres alienígenas. Mas, desta vez, Kubrick se uniu ao escritor Arthur C. Clarke e fez uma obra com lógica científica e transcendente”, destacou Gustavo.

No início do projeto, Kubrick pretendia trabalhar novamente com Alex North, responsável pela trilha sonora do filme “Spartacus” (1960), mas acabou optando por composições clássicas para a trilha de “2001: Uma Odisseia no Espaço”. O filme surgiu de uma parceria entre o diretor Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke, autor do conto “A Sentinela” — que serviu de inspiração para montar o roteiro. Os dois trabalharam simultaneamente na produção, buscando maneiras de expressar a relação do homem com o universo.

O impactante visual do filme — ganhador do Oscar de Melhores Efeitos Visuais em 1969 — deve-se em boa parte à criatividade de Kubrick e sua equipe, já que na época não havia muitos recursos tecnológicos. Por exemplo, para as cenas na Lua, a equipe de Kubrick teve que importar e pintar toneladas de areia. Grande parte do filme não tem diálogos. A primeira conversa surge após 26 minutos do começo do filme, enquanto no final há outros 23 minutos de cenas em silêncio. A ideia do diretor foi transmitir ao espectador a sensação de estar no espaço, sem a propagação de som.

Mesmo depois de 50 anos o longa faz sucesso. Fãs de “2001: Uma Odisseia no Espaço” já notaram semelhanças com os uniformes usados pela equipe do Dr. Dave Bowman com os trajes desenvolvidos para os astronautas da NASA. Um dos principais diretores de cinema do século XX, Stanley Kubrick dirigiu 13 longas em seus 70 anos de vida. Entre suas principais obras destacam-se também “Laranja Mecânica” (1971) e “O Iluminado” (1980). Ele faleceu no dia 7 de março de 1999, na Inglaterra.