A greve dos caminhoneiros acabou e, logo depois, os postos de combustíveis restabeleceram o abastecimento. Mas quem passou pela situação de ficar com o tanque do carro vazio, com limitações para se locomover, certamente em algum momento deve ter parado para pensar em alternativas para não enfrentar esse tipo de problema. Os mais comedidos lembraram da bicicleta, que exige apenas a energia gerada pelo “arroz com feijão” para dar força às pedaladas. Outros pensaram nos veículos elétricos, que podem ir de uma patinete, a partir de R$ 1 mil, a automóveis, que chegam a R$ 800 mil. Ainda são poucas as opções de carros elétricos e híbridos vendidos no Brasil, mas a oferta deve aumentar nos próximos anos.
Os híbridos já estão por aqui há mais tempo e aos poucos vêm aumentando sua legião de fãs. Mas além de terem preços mais altos, não estão livres do uso de combustível, já que funcionam com um motor a combustão e outro elétrico. O detalhe é que essa combinação aumenta a autonomia do carro, permitindo que se rode mais tempo antes do abastecimento.
O híbrido mais em conta atualmente no mercado brasileiro é o Toyota Prius, vendido a partir de R$ 126.600. O sedã de linhas futuristas é equipado com o Hybrid Synergy Drive, o sistema híbrido da Toyota, que conta com um motor 1.8 16V a gasolina, de 98cv e 14,2kgfm de torque, e outro elétrico de 72cv e 16,6kgfm. O modelo traz ainda câmbio CVT, que ajuda na redução do consumo de combustível, e um seletor de modos de condução: Normal, Eco, Power e EV, no qual ele funciona apenas com o motor elétrico. De acordo com a montadora japonesa, o Prius pode alcançar uma autonomia de 812 quilômetros, com um consumo de 18,9km/l na cidade. Mas ele não é plug in, ou seja, não tem baterias que podem ser recarregadas na tomada de casa.
O outro híbrido na lista de possibilidades é o Lexus CT 200h, um hatch da marca de luxo do grupo Toyota. Com versões que vão de R$ 135.750 a R$ 153.300, o modelo é equipado com motor 1.8 a gasolina, de 99cv e 14,5kgfm de torque, e outro elétrico de 82cv e 21kgfm, gerando uma potência combinada de 136cv. A Lexus não informa a autonomia do hatch, mas o modelo acelera até 100km/h em 10,3 segundos e tem máxima de 180km/h. Ele conta também com o seletor de modos de condução com as opções EV (elétrico), Eco, Normal e Sport.
A Ford também tem seu híbrido no mercado brasileiro. Trata-se do Fusion Hybrid 2.0 Titanium, com um motor a combustão e outro elétrico que, juntos, geram a potência combinada de 190cv e torque de 17,8kgfm. O sedã da marca do oval azul também não é plug in, mas por R$ 160.900 traz ainda transmissão automática do tipo CVT e freios regenerativos, que ajudam a recarregar as baterias. A Ford declara que o consumo do Fusion Hybrid é de 16,8km/l na cidade e 15,1km/l na estrada. É isso mesmo! Os modelos híbridos consomem mais na estrada, onde o motor elétrico raramente entra em funcionamento, por atuar em baixas rotações.
Quem está disposto a gastar “um pouco” mais, a Lexus tem o luxuoso sedã LS 500h, equipado com um motor V6 de 3.5 litros e 299cv, e outro elétrico de 179cv, além do câmbio CVT. Juntos eles geram a potência combinada de 359cv, com máxima de 250km/h e aceleração até 100km/h em 5,4 segundos. Também conta com sistema de frenagem regenerativa, mas não é plug in. Tudo isso por R$ 760 mil.
Mas se o gosto do freguês for por esportivos, a BMW traz a opção. É o BMW i8, um híbrido plug in que permite que as baterias sejam recarregadas na rede elétrica residencial para alimentar o motor elétrico. Mas ele conta ainda com o motor 1.5 de três cilindros turbo e, junto ao elétrico, gera a potência combinada de 362cv. Ou seja, proporciona desempenho verdadeiramente esportivo. O modelo tem preço sugerido de R$ 799.950, mas a concessionária BMW Euroville, em Belo Horizonte, tem uma unidade 2015/2016 que está sendo vendida por R$ 579.950.
E para quem quer um carro genuinamente elétrico, a opção mais próxima disso que temos no Brasil é o BMW i3. Ele não chega a ser 100% elétrico porque conta com um motor dois cilindros a gasolina que funciona como um gerador de energia para abastecer as baterias. Para abastecê-lo, existe um tanque de nove litros. Mas o que traciona as rodas do BMW i3 é um motor elétrico, que gera potência de 170cv e torque de 25kgfm, com velocidade limitada a 150km/h. O modelo tem autonomia que pode variar de 160 a 300 quilômetros, dependendo do modo de condução.
O BMW i3 chegou no Brasil em 2015, quando seu preço sugerido era de R$ 224 mil. Foram importadas inicialmente mais de 200 unidades e o preço chegou a cair para R$ 159.950. Agora, o modelo está disponível com baterias de 94 amperes, mais eficientes, mas o preço subiu novamente: R$ 225.950. Vale lembrar que o motor a combustão do i3 é acionado automaticamente quando a carga da bateria chega a 20%. Mas pode ser acionado manualmente abaixo de 75% da carga, auxiliando na recarga da bateria. A BMW vende junto com o carro o posto de carregamento Wallbox, que pode ser fixado na parede da garagem de casa. (A.N.)