Aldir Sales
26/05/2018 20:27 - Atualizado em 28/05/2018 16:56
O juiz Ralph Manhães, tabelar da 98ª Zona Eleitoral de Campos, remarcou os interrogatórios dos réus na ação penal da operação Caixa d’Água do dia 5 para o dia 4 de junho. Entre os acusados no processo estão os ex-governadores Anthony Garotinho (PRP) e Rosinha (Patri), além do ex-secretário de Controle de Campos Suledil Bernardino, o ex-subsecretário de Governo Thiago Godoy, o empresário Ney Flores Braga e o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro da Silva, conhecido como Toninho, além do ex-presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues, e seu genro, Fabiano Alonso. Todos são acusados de integrarem uma organização criminosa que intimidava e extorquia empresários, com o objetivo de obter recursos de empresas contratadas pela Prefeitura de Campos durante a gestão Rosinha.
Inicialmente, o interrogatório estava marcado para o dia 18 de abril. Anthony e Rosinha Garotinho chegaram a comparecer ao Fórum Maria Tereza Gusmão, em Campos, mas os políticos alegaram que o advogado deles passou mal e não pôde comparecer. Com isso, a audiência foi adiada.
Ralph Manhães ouviu, na última quarta-feira, as testemunhas de defesa do casal Garotinho. As oitivas acontecem após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que acatou um recurso da defesa dos ex-governadores depois que Manhães rejeitou o pedido, alegando que seria uma estratégia “protelatória” dos réus. No entanto, mesmo com a “urgência” no pedido ao STF, nem Garotinho e nem seu advogado compareceram à audiência, segundo o procurador-geral de Justiça, José Eduardo Gussem, uma das testemunhas arroladas pela defesa.
De acordo a Justiça Eleitoral, além de Gussem, foram ouvidos por videoconferência os procuradores da República Eduardo El Hage, Sérgio Pinel e Rodrigo Timóteo; o ex-procurador-geral de Campos Matheus José, além de Fábio de Andrade Pereira. Também foi realizada oitiva no Fórum Maria Thereza Gusmão, em Campos, do ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca) Wainer Teixeira.
Gussem disse, ainda, que a audiência ocorreu com a nomeação de advogado dativo para acompanhar o ato. Por nota, o chefe do Ministério Público relatou, ainda: “Indagado pelo juiz se tinha conhecimento do processo que gerou a operação Caixa d’Água, o procurador-geral de Justiça respondeu negativamente”.