Aldir Sales
16/05/2018 16:19 - Atualizado em 18/05/2018 16:59
Após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), aconteceu nesta quarta-feira (16), no Fórum Maria Tereza Gusmão, em Campos, a audiência com testemunhas de defesa do casal Garotinho no âmbito da operação Caixa d’Água. Apenas o assessor de imprensa da concessionária Águas do Paraíba, Adelfran Lacerda, compareceu pessoalmente à oitiva, que foi marcada pela tensão entre o juiz tabelar da 98ª Zona Eleitoral, Ralph Manhães, e os advogados de defesa dos réus. O magistrado marcou para o próximo dia 23 de maio, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), na capital, o interrogatório por videoconferência de outras testemunhas que moram fora de Campos, entre elas três procuradores da República, o atual procurador-geral de Justiça, José Eduardo Ciotola Gussem, e o desembargador do Tribunal de Justiça José Carlos Paes.
O Ministério Público Federal (MPF) chegou a informar por e-mail na terça-feira que o procurador da República Eduardo El Hage não iria prestar nenhum depoimento, mantendo a prerrogativa do cargo. No entanto, Ralph disse que o caso será analisado pelo STF, mas que todas as testemunhas arroladas por Anthony e Rosinha Garotinho serão intimadas.
Apenas os ex-governadores, além do ex-secretário de Governo Suledil Bernardino e do ex-presidente nacional do Partido da República Antonio Carlos Rodrigues e o seu genro, Fabiano Alonso, enviaram advogados para a audiência.
O momento de maior tensão aconteceu no início da audiência, quando Ralph solicitou a presença de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas nenhum membro da associação pôde comparecer. Os advogados Carlos Azeredo, que representa o casal Garotinho, e Amyr Moussallem, pelos réus Antonio Carlos e Fabiano, queriam que a audiência fosse suspensa até a chegada de alguém da OAB. Após um bate-boca acalorado, Manhães indeferiu o pedido.
Azeredo queria substituir Lacerda por outra testemunha, mas o juiz também não acatou. Mesmo assim, Ralph ouviu o assessor da concessionária, que disse não saber o motivo pelo qual foi arrolado como testemunha e não conhecia a denúncia contra os réus.
Caixa d'Água — Além dos Garotinho, mais seis réus são acusados de integrarem uma organização criminosa que intimidava e extorquia empresários, com o objetivo de obter recursos de empresas contratadas pela Prefeitura de Campos durante a gestão Rosinha.