Apontado por uma testemunha como um dos mandantes da execução da vereadora Marielle Franco (Psol), que também vitimou o motorista Anderson Gomes, o ex-policial Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como “Orlando Curicica”, deverá ser transferido para um presídio federal de segurança máxima. A decisão foi da Justiça do Rio. Nessa segunda-feira (14), um ato foi realizado nas escadarias da Câmara da capital fluminense, na Cinelândia, para marcar os dois meses do crime, ainda não elucidado. Em entrevista à Folha no dia 10 de abril, o deputado federal Chico Alencar (Psol), que participou do ato, havia estipulado o prazo de 60 dias para conclusão das investigações — tomando como base o período em que foram apresentados pelas autoridades os envolvidos no crime contra a juíza Patrícia Acioli, em 2011. Delatado junto com Orlando Curicica como possível mandante do crime, o vereador Marcello Siciliano (PHS) teve um áudio divulgado pelo programa Fantástico, da TV Globo, no domingo, no qual o parlamentar aparece pedindo a ajuda de um miliciano para inaugurar um projeto social numa região controlada pela milícia.
Marcello Siciliano voltou a negar, por meio de nota, que tenha qualquer tipo de ligação com um grupo de milicianos que atua na zona oeste do Rio.
Orlando, apontado como miliciano, foi preso em outubro do ano passado, após ser apontado como mandante da morte de um homem que decidiu montar um circo na área controlada por pelo ex-PM sem pedir sua autorização. Como o veredor, Orlando nega o envolvimento no crime.
Reportagem do jornal O Globo divulgou, na última terça, o depoimento de uma testemunha que acusa Marcello e Orlando de terem se reunido para planejar a morte de Marielle. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que, entre os investigados no caso, estão o vereador do PHS, um policial militar e o ex-policial militar Orlando Curicica.
Na manifestação dessa segunda, no Rio, Chico falou com a imprensa sobre o caso: “Curioso, porque nos contatos que a gente tem com frequência com o chefe de Polícia Civil e o titular da Delegacia de Homicídios nunca nos foi falado nada, nem em pequenos detalhes, apenas afirmações genéricas como a do ministro de Segurança Pública sobre ‘parece que há indícios da participação de milicianos e ex- policial’. É uma linha de investigação que eles têm que fazer”, afirmou o parlamentar. (A.N.A.) (A.N.)