Tempero político na Feijoada
Arnaldo Neto, Suzy Monteiro, Aldir Sales, Dora Paula Paes, Mário Sérgio Júnior e Verônica Nascimento 07/05/2018 21:54 - Atualizado em 09/05/2018 16:57
Superar a crise política, que causa impactos econômicos, resgatar a confiança do eleitor e a expectativa por renovação no cenário nacional. Esses foram os ingredientes que políticos do estado do Rio de Janeiro acrescentaram ao tempero da 27ª Feijoada da Folha da Manhã, realizada no último domingo (6), que reuniu diferentes correntes partidárias. Prefeitos, deputados, vereadores e pré-candidatos prestigiaram o tradicional evento, que neste ano marcou também os 40 anos do jornal.
O Judiciário, que a cada dia tem caminhado mais próximo ao cenário político, com as decisões de peso envolvendo possíveis candidatos, também esteve representado e defendeu a atuação do Poder no combate à corrupção. O prefeito de Campos, Rafael Diniz (PPS), destacou que apesar de o ano ser eleitoral a maior responsabilidade é administrar a cidade e superar as dificuldades encontradas. “O nosso compromisso é cuidar da cidade e ao mesmo tempo atravessar um processo eleitoral”, disse. Entre os deputados federais, o pré-candidato a governador Indio da Costa esteve na festa e observou, como os demais políticos, o ano de 2018 como o de mudança na forma de fazer política e na relação com o eleitor. Unanimidade foi a expectativa de políticos e juristas que dias melhores virão no cenário nacional, com as consequentes repercussões nos estados e, sobretudo, nos municípios.
"Nosso objetivo principal é a administração da cidade. Existe um pleito em 2018, que estaremos acompanhando de perto. Mas não vamos fazer como faziam no passado, que se preocupavam com a eleição e se esqueciam da cidade. A gente espera, como qualquer cidadão brasileiro, a retomada do nosso país". Rafael Diniz (PPS) - prefeito de Campos
"A eleição deste ano é um marco. Será um avanço pelo formato das eleições, da forma que o político terá de dialogar com o eleitor e como o eleitor vai fazer sua escolha. Estou otimista, mas não acho que vai ser uma eleição que começa muito antes. O eleitor vai esperar até o último momento para decisão". Fátima Pacheco (Podemos) - prefeita de Quissamã
"A gente está vendo que essa eleição vai ser totalmente atípica, na qual, provavelmente, surpresas virão. Estamos a pouco tempo do prazo para as convenções e registros, mas muitas incertezas estão por aí. Estamos aguardando na esperança de renovação e de que melhoras virão para o nosso país". Christiane Cordeiro (PP) - prefeita de Carapebus 
"Espero que o resultado da eleição deste ano seja muito bom para o país, de maneira geral, mas tem que trabalhar para isso. Como eleitores, não podemos repetir os erros do passado. Nós temos que mudar, mas o cenário continua muito confuso. Nós temos que torcer e lutar pelas mudanças". Margareth do Joelson (PP) - prefeita de Italva
"A situação do país, do estado e nosso município, principalmente, é muito complicada. Os eleitores estão decepcionados, falam até em não votar. A gente sabe que na hora certa eles vão escolher o nome ideal para tentar sair dessa situação. O município de Cardoso tem esperança que dias melhores virão". Gilson Siqueira (PP) - prefeito de Cardoso Moreira
"O país vive essa crise política, mas nós brasileiros, de maneira geral, temos de ter consciência na hora do voto. Procurar entender melhor nossa situação nacional que, hoje, é caótica. Existe esperança que tudo pode melhorar. Sem esperança, o que seria do país? Vamos esperar que dias melhores virão". Conceição Sant'Anna (PPS) - vice-prefeita de Campos
"Vemos por parte do eleitorado um pessimismo com a política. Quando estamos muito pessimistas, exigimos de nós mesmos sermos mais seletivos. Quando tudo está muito bem, as pessoas não fazem uma análise mais profunda. Essa é uma possibilidade de boas escolhas em 2018". Claudio Henriques (DEM), vice-prefeito de São Francisco de Itabapoana
"É uma grande oportunidade para os políticos que serão candidatos de ter compromissos com os municípios. A gente conversa com os eleitores, ouve até eles falarem que não vão votar. É uma grande oportunidade de mostrarem que são honestos, pessoas do bem. E tem muitas pessoas do bem que são candidatos". Renato Jacinto (PSDB) - vice-prefeito de Cardoso Moreira
"Cabe a cada eleitor melhorar a qualidade dos políticos que os representa. E cabe ao político corresponder o voto de confiança, com dedicação e competência. Mas está nas mãos do eleitor, principalmente, essa tarefa de escolher aqueles que estão comprometidos com as principais necessidades da população".  Paulo Feijó (PR) - deputado federal
"É um ano de renovação, sobretudo do método de fazer política. Espero que o eleitor também considere aquilo que é a base da reclamação de todo mundo, mas que leve isso para urna. Não adianta criticar, reclamar e não votar. A política e a sociedade se descasaram. Isso é ruim para sociedade". Indio da Costa (PSD) - deputado federal
"É um momento muito difícil, em que a população também parou de confiar na classe política, que é absolutamente natural tendo em vista a Lava Jato e tendo em vista que a cada dia é um susto que a população leva. Sou uma mulher de fé e creio que é uma fase que a gente vai ultrapassar para melhor". Laura Carneiro (DEM) - deputada federal
"Com toda a crise no país, o político precisa ser, cada vez mais, aquele que se diferencia diante de tantos escândalos de corrupção, escândalos de falta de ética e princípios. Teremos pela frente uma eleição atípica, vamos ver como será entendido o novo sistema eleitoral mais dinâmico". Bruno Dauaire (PRP) - deputado estadual
"A população tem nas mãos o poder para verificar se o político é ficha limpa, ver quem tem serviços prestados. O momento é difícil para o político e a tarefa de modificar isso é da população, ainda mais neste ano, que teremos eleições para presidente, governador e senador, além de deputados federais e estaduais". Geraldo Pudim (MDB) - deputado estadual
"O Brasil está sendo colocado a limpo. Vejo para este ano uma grande reformulação. Que o eleitor escolha bem os políticos, que são comprometidos com a população. Sobre Campos, o prefeito pegou um município com dificuldades. Acredito que, com sua capacidade, Rafael vai ultrapassar esse momento". João Peixoto (PSDC) - deputado estadual
"Vivemos uma grande crise política que causou uma crise econômica sem precedentes. Passamos por uma avalanche de corrupção no país, no estado e não podemos deixar de falar da corrupção na nossa cidade. Com relação ao pleito, vamos aguardar os prazos estabelecidos pela Justiça para dialogarmos neste sentido". Marcão Gomes (PR) - presidente da Câmara de Campos
"O ano de 2018 traz a oportunidade de escolhermos um caminho diferente, elegendo pessoas comprometidas com uma política diferente da que tem sido praticada. O caminho dessa política já deu, e não deu em boa coisa. Vejo por parte da sociedade uma vontade de mudança nesse aspecto". Armando Carneiro (PV) - ex-prefeito de Quissamã
"Nós, juízes de primeiro grau, estamos dando um exemplo de limpeza, de preocupação com o estado democrático de direito, e tentando passar o Brasil a limpo diante desta corrupção sistemática que se abarcou no país. A gente precisa continuar com esta luta e, acima de tudo, os juízes precisam que o povo acorde e nos apoie". Glaucenir Oliveira - juiz
"É importante que a Justiça brasileira esteja atenta também às questões políticas, e não vejo que exista conflito nenhum. Só mostra à população do país que o peso dos Poderes [Executivo, Legislativo e Judiciário, que são harmônicos na República, mas independentes] estão funcionando". Paulo Maurício Simão Filho - juiz de São João da Barra
"O Judiciário tem respondido às demandas que lhe são entregue. É normal que uma pessoa que tenha seus interesses políticos contrariados teçam comentários contra. Não vejo como um fato importante. É claro que poderia ser de uma outra maneira, mas, mesmo sendo assim, não impede a atuação do Judiciário como tem que ser". Ralph Manhães - juiz
"Acho importante o combate à corrupção, para fazer valer a estabilidade, a geração de emprego, o direito de vivermos em desenvolvimento. Vamos acreditar no avanço das investigações e que essa ‘cultura’ da corrupção seja extinta do nosso país, para que possamos ter um país do futuro". Filipe Estefan - ex-presidente da OAB/Campos

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