Após dois meses do primeiro vazamento do mineroduto Minas Rio, a empresa Anglo American iniciou a inspeção interna de toda a extensão da tubulação, que percorre 529 quilômetros de Conceição do Mato Dentro (MG) a São João da Barra. Em março, a Anglo American registrou dois vazamentos no mineroduto, um no dia 12 e outro no dia 29.
De acordo com a empresa, na vistoria, são usados PIGs (sigla em inglês para Ferramenta de Investigação de Dutos) fabricados sob medida, que têm sensores capazes de indicar, com precisão, indícios de amassamentos, corrosão ou fissuras na tubulação. O processo começa com a passagem dos PIGs de limpeza e prossegue com outras três variações do equipamento (PIGs geométrico, magnético e ultrassom). O equipamento limpará os resíduos depositados no interior dos tubos e preparam a passagem dos instrumentos de medição e análise. Na sequência, o PIG geométrico vai medir se há deformidades nos dutos.
A Anglo American informou, ainda, que, após a conclusão dos trabalhos, os dados serão analisados por empresa independente, gerando gráficos que indicarão os parâmetros de segurança operacional do mineroduto. “Essas informações vão ser utilizadas como referência para eventuais medidas a serem tomadas pela empresa e também serão enviadas para os órgãos públicos competentes com o objetivo de embasar a autorização para a volta das atividades da companhia”, noticiou a empresa.
Por conta dos vazamentos, a empresa britânica Anglo American chegou a ser multada pela Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) em R$ 125,5 milhões e pelo Ibama, que aplicou cinco autos de infração que totalizam R$ 72,6 milhões contra a mineradora. De acordo com o instituto ambiental, os rompimentos ocorridos em 12 e 29 de março resultaram no lançamento de 947 toneladas de minério de ferro na região de Santo Antônio do Grama (MG). (M.S.) (A.N.)