Permanecem em estado grave os dois trabalhadores vítimas de um acidente ocorrido na tarde dessa sexta-feira (18), no Complexo Portuário do Açu, em São João da Barra. Eles prestam serviço a uma empresa terceirizada, que atua no Complexo, e ficaram feridos após a explosão de um cilindro. As vítimas, de 24 e 34 anos, foram socorridas para o Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, onde tiveram que passar por cirurgia. A assessoria do HFM informou que o estado de saúde dos dois homens é grave, mas estável. Um dos funcionários foi liberado neste sábado (19) para ser transferido para o Hospital Dr. Beda.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, João Costa da Cunha, o acidente teria acontecido na área da empresa Brasil Port Logística Offshore e Estaleiro Naval, com trabalhadores da empresa Shimmer. “Por volta das 16h recebemos a informação de que tinha ocorrido um acidente grave dentro das instalações do Porto do Açu, na empresa Brasil Port com trabalhadores da Shimmer, que é uma empresa da nossa categoria profissional que o sindicato representa lá dentro da área da Brasil Port. Lá aconteceu uma explosão de um cilindro que passava por um teste hidrostático, um teste de pressão”, disse. Diante da informação, o presidente do sindicato foi até o HFM, para coletar mais informações.

O presidente também afirmou que irá procurar o Ministério Público do Trabalho para cobrar uma investigação. Ele fez um alerta sobre os acidentes de trabalho. “Muitas vezes os acidentes acontecem por falta de previsão daquilo que é previsível, por falta de observância das normas, dos requisitos de segurança, e principalmente por falta de comprometimento da gestão com a segurança no trabalho”, comentou.

O Sindicato dos Trabalhadores Portuários de São João da Barra (Sindiport), por meio de nota, informou que, na manhã deste sábado, “uma equipe do Sindicato dos Portuários esteve na empresa e visitou o local do acidente, juntamente com uma Técnica de Segurança do Trabalho, que irá elaborar uma avaliação, independente, sobre os procedimentos de segurança e emergência adotados pela empresa após o acidente. O prazo para apresentação da avaliação é de 60 dias”.

O Sindiport ainda disse que, durante a reunião entre o sindicato e as empresas envolvidas, “o CEO da Shimmer, Cláudio Luís de Oliveira, afirmou que a empresa opera desde 1998, sendo certificada pelo Inmetro, e que nunca registrou nenhum acidente”. De acordo com o Sindiport, o acidente ocorreu em um local isolado, onde estavam apenas os funcionários da empresa contratada, e ocorreu antes do início dos testes de certificação. As causas do acidente serão apontadas pelos peritos contratados pelas empresas.

“O Sindicato repudia a veiculação de informações inverídicas, feitas por quaisquer outras entidades ou pessoas, que não possuem direito de representatividade sobre a categoria dos trabalhadores portuários e reafirma seu compromisso em garantir a segurança e qualidade de trabalho de seus representados”.

No hospital, ainda na noite de sexta, familiares dos trabalhadores também estiveram apreensivos na espera por alguma informação. O paciente de 34 anos chegou ao hospital com evisceração e o outro, de 24 anos, precisou passar por cirurgia no tórax.

A equipe de reportagem tentou contato com as empresas Brasil Port e Shimmer para saber uma posição em relação ao ocorrido, mas não obteve êxito.