Serviços afetados pela greve
Jane Ribeiro 24/05/2018 22:52 - Atualizado em 25/05/2018 17:57
Terminal Luiz Carlos Prestes
Terminal Luiz Carlos Prestes / Folha da Manhã
Após quatro dias de greve dos caminhoneiros, os transtornos já refletem em diversos serviços, entre eles o transporte público, a rede de ensino. Em Campos, postos de combustíveis chegam ao final do estoque e os ônibus estão tendo que reduzir o número de veículos rodando pela cidade. As escolas da rede municipal suspenderam temporariamente as aulas em algumas porque não há como realizar o abastecimento de água, que é feito por um caminhão-pipa. Trinta e oito unidades do município de São João da Barra não terão mais aulas a partir desta sexta-feira (25). A medida visa também, zelar pela segurança de alunos e profissionais. Já as escolas da rede estadual vão funcionar normalmente nesta sexta. Quanto à segurança, o comandante do 8º Batalhão da Polícia militar (BPM), disse que a situação está sob controle.
No Terminal Rodoviário Luiz Carlos Prestes, as empresas reduziram o número de ônibus no período da tarde, deixando para colocar mais carros nos horários de rush. O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Campos dos Goytacazes (Setranspas), Gilson Menezes, informou que o movimento foi reduzido para não deixar a população sem transporte.
— A situação é muito difícil, nossa reserva utilizamos nos primeiros dias da semana, nos postos não há mais combustível e quando tem o preço está fora da realidade. Chegamos a recorrer aos postos estamos operando de forma bem reduzida para não deixar a população totalmente sem transporte. Hoje (quinta-feira) eu digo que estamos rodando, nesta sexta eu não posso garantir. O que estava ao nosso alcance nós fizemos, agora dependemos das negociações entre governo e caminhoneiros para tomarmos outras medidas — disse ele.
Policiais escoltaram caminhão da PM passando pelo bloqueio
Policiais escoltaram caminhão da PM passando pelo bloqueio / Folha da Manhã
Nos pontos de ônibus muitas pessoas tiveram que ter paciência para aguardar o transporte. A dona de casa Marília Silva foi surpreendida com falta de ônibus. Ela não sabia que a greve dos caminhoneiros pudesse afetar o transporte.
— Estou aqui há 40 minutos aguardando o ônibus para eu ir para casa. Estava preocupada, mas agora que estou sabendo que vai demorar, mas vai vir. Pensei que os motoristas também estivessem em greve. Tudo nesse país acaba afetando nós da classe mais sofrida. A greve é um direito, pena que prejudica muita gente — considerou Marília.
Em nota a Prefeitura de Campos informou que o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) mantém contato com os representantes das empresas de ônibus que já informaram sobre o comprometimento do serviço em várias regiões do município. Assim como o transporte alternativo.
Aulas são suspensas em Campos e SJB
A Prefeitura de Campos informou que as aulas na Escola Municipal João Clap, na localidade de Ponta da Lama, foram suspensas temporariamente porque não há como realizar o abastecimento de água, feito por um caminhão-pipa.
Conforme adiantado pela secretaria municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece) e informado aos pais e responsáveis pelos alunos, algumas unidades estarão com aulas suspensas, a partir desta sexta, em virtude de serem abastecidas por caminhões-pipa. A mesma situação ocorre com a Fundação Municipal da Infância e Juventude (FMIJ) que decidiu pela suspensão das atividades em sua sede, até o reabastecimento de alimentos.
Já em São João da Barra a secretaria municipal de Educação e Cultura, em razão da greve nacional dos caminhoneiros e consequente precariedade no fornecimento de produtos essenciais, como combustível e gás, suspendeu as aulas em todas as 38 unidades escolares do município no período noturno e nos três turnos a partir de hoje. A medida visa, também, zelar pela segurança de alunos e profissionais.
Abastecimento não é problema para a PM
A falta de combustível não deve afetar a segurança durante o período de greve dos caminhoneiros. O Comandante Fabiano de Souza informou que não há problema com a Polícia Militar na questão de combustível e que o abastecimento está normal. Ele disse ainda que a PM está preparada, caso haja delitos.
— A Polícia Militar está pronta se tiver que intervir. Se tiver algum fato, nós vamos prender. A comunidade precisa ligar para o 190 e denunciar se algum estabelecimento for saqueado que com certeza, em menos de três, quatro minutos a Polícia Militar vai estar lá para prender quem estiver saqueando o comércio. O patrulhamento ostensivo está normal nas ruas. Não há problema com abastecimento. A PM exerce o patrulhamento ostensivo 24 horas, prevendo qualquer irregularidade, mas só vamos agir caso aconteça. Enquanto não acontecer o patrulhamento ostensivo continua normal. A PM não parou. Para qualquer conturbação ou distúrbio estamos preparados para agir. Nós temos um efetivo que eu posso acionar a qualquer momento, se tiver um distúrbio social. Nós temos um 8º Batalhão comprometido, uma tropa empenhada com a cidade — informou o comandante.
Fornecimento de água comprometido
Enquanto em Campos o abastecimento está sob controle, as cidades abastecidas pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) podem ficar com o abastecimento comprometido.
A empresa informou que está em contato com os fornecedores e órgãos competentes a fim de evitar que haja atrasos e interrupção no fornecimento e dessa forma, visa garantir o tratamento de água nas estações operadas pela companhia.
Segundo nota da empresa, “no momento, a dificuldade de entrega está causando baixa no estoque dos produtos químicos. A Cedae permanecerá agindo para que suas atividades de produção continuem sem interrupção, no entanto, pede à população que economize água até que seja restabelecida a normalidade na entrega dos produtos químicos necessários e fundamentais ao tratamento”.
Em Campos, a Águas do Paraíba informou que o fornecimento está normal e que comunicará qualquer eventualidade.

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