Verônica Nascimento
11/05/2018 13:55 - Atualizado em 14/05/2018 13:47
A população de Campos continua sofrendo com o transporte de passageiros. A Prefeitura intensifica a fiscalização de vans e lotadas, mas a carência de ônibus obriga usuários a recorrerem a carros que circulam de forma clandestina ou a viajarem em pé, em vans superlotadas. Na manhã desta sexta-feira (10), em uma fiscalização do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMMT), passageiros de uma van que fazia a linha Calabouço-Centro se irritaram.
— Não tinha ninguém em pé, o carro está todo documentado, o motorista tem carteira e curso para fazer o transporte de passageiros, mas mandaram a gente descer. Agora temos de ir andando até o Centro. Podia ser mais longe, mas e se fossem idosos? Não colocam uma quantidade suficiente de ônibus e a gente é que sofre. Por que não fazem a fiscalização no ponto de saída das vans? Assim, a gente não teria de descer no meio do caminho — questionou Fernanda Cristina do Nascimento da Silva.
Os fiscais do IMTT explicaram a necessidade de retirar a van de circulação. O veículo estava em boas condições, com todos os documentos regularizados, assim como os do condutor, mas o motorista não tinha o nome cadastrado pelo permissionário no IMTT. “O dono da van está fazendo um curso do IMTT hoje (sexta-feira), o dia todo, e me pediu para dirigir o carro, porque tenho habilitação para isso. Mas, para dirigir esse carro, o dono teria de ter colocado meu nome, me cadastrado. Agora, o dono foi multado e vou levar o veículo de volta — contou o motorista, que preferiu não se identificar.
— Isso é um absurdo. Se não tem van, a gente não chega na hora e até perde o emprego. Para que adianta blitz, se não tem ônibus? Depois do trabalho, 17h, o ônibus vai para o Santa Rosa lotado e já não tem mais ônibus para o Calabouço. A Prefeitura quer que gente faça o quê? Que a gente vá a pé para o trabalho e para casa? Ninguém resolve essa situação — disse, revoltada, Andréa Rosema Moraes.
A situação do transporte de passageiros em Campos já gerou várias manifestações de usuários e paralisações de trabalhadores de empresas de ônibus. Em janeiro, a Prefeitura chegou a levantar a possibilidade de nova licitação, mas o que houve foi a substituição de coletivos das empresas do Consórcio União por ônibus das viações do Consórcio Planície.
Por meio de nota, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) informou que “vem trabalhando para melhoria da qualidade no transporte coletivo na cidade com ações que incluem mudanças estruturais em todo o sistema de transporte, tanto através dos ônibus como do transporte alternativo”. Segundo o órgão, em fevereiro foram suspensas ordens de serviço de linhas operadas pelo consórcio União na Baixada, que não estavam atendendo a população. “As linhas foram passadas ao consórcio Planície, que iniciou o atendimento, e outras medidas vêm sendo adotadas para dar suporte aos moradores no local”.
O IMTT disse entender que novas ações são necessárias, principalmente, em relação aos horários do transporte em alguns pontos.
Sobre a fiscalização, o órgão ressaltou que “ela é feita diariamente para garantir maior segurança aos usuários de transporte público e deve acontecer em locais estratégicos. A orientação do órgão é que a população utilize o transporte legalizado, seja através de ônibus ou vans, para evitar transtornos no trajeto, além de ser mais seguro”.
Em relação ao descumprimento de horário, a equipe de fiscalização vai apurar e tomar as providências que forem necessárias. “Desde o ano passado, empresas vêm sendo notificados por descumprimento de vários itens do contrato, como a que envolve a questão do horário”.
O IMTT lembra que é importante, em caso de irregularidades no transporte público, que a população faça a denúncia diretamente ao órgão municipal, localizado à rua Barão da Lagoa Dourada, 197, ou através do telefone 98175 1160.