A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou, nesta quarta-feira (30), que, mesmo com a liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que considerou a greve abusiva, a paralisação da categoria foi iniciada e atinge refinarias, terminais e plataformas da Bacia de Campos. O movimento programou atos e manifestações ao longo do dia. A Petrobras afirma que equipes de contingência estão atuando onde necessário e que não há impacto na produção.
De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), até às 14h, 25 plataformas tinham aderido à paralisação, além de Cabiúnas e bases administrativas de Macaé. Uma manifestação foi registrada no Parque de Tubos.
Entre as 25 plataformas mobilizadas, 15 foram entregues em operação ao contingente mínimo da Petrobras. Outras sete foram entregues paradas (quatro em razão de manutenção e três em razão de a equipe de contingência não ter como operar). As demais três tiveram adesão por meio do não embarque dos grupos que estavam programados para esta quarta-feira.
Segundo o sindicato, a greve tem caráter de advertência. “A categoria petroleira já aprovou, para breve, a realização de uma greve por tempo indeterminado”.
Pelo balanço da FUP, os trabalhadores cruzaram os braços nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).
A FUP informou que não houve troca dos turnos da 0h nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR). Segundo a federação, na Bacia de Campos, os trabalhadores também aderiram à paralisação em diversas plataformas.
Em nota, a Petrobras informou que o TST “emitiu na noite de ontem, 29/5, decisão liminar declarando a abusividade da greve. O pedido foi feito pela Petrobras e pela Advocacia-Geral da União, considerando o contexto nacional e a necessidade de retomada do abastecimento de combustíveis o mais breve possível. Hoje, 30/5, foram registradas paralisações pontuais em algumas unidades operacionais. Equipes de contingência estão atuando onde necessário e não há impacto na produção”.
Reivindicações
Os petroleiros afirmam que o movimento é uma reação à política de preços dos combustíveis, de crítica à gestão na Petrobras e contra os valores cobrados no gás de cozinha e nos combustíveis.
A paralisação dos petroleiros ocorre três dias depois de o presidente Michel Temer e equipe negociarem um acordo com os caminhoneiros. Por mais de uma semana, os caminhoneiros pararam o país, provocando desabastecimento nos postos de gasolina, supermercados e prejuízos à economia.
Fonte: Agência Brasil e Sindipetro-NF