Dora Paula Paes
11/05/2018 22:11 - Atualizado em 15/05/2018 13:57
Diferente do cenário nacional, a produção de cana de açúcar na região deve ter um aumento 36% em relação ao ano passado. Estima-se que a indústria irá esmagar, a partir de junho, 1,3 milhão de toneladas de cana. No ano passado, foram 950 mil toneladas. Outro dado positivo é a expectativa de abertura de 5 mil vagas de emprego no campo e na indústria, que colocará Campos em destaque no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. O preço do álcool também deverá salvar o preço da tonelada da cana ao produtor.
— No momento o produtor aguarda o sinal verde da indústria para começar a colher a cana. A quantidade de chuva foi a maior aliada. Outro ponto positivo é que o preço do álcool deve salvar o preço da cana, com essa nova política de preço do petróleo praticada pela Petrobras. Ano passado a aposta foi no açúcar, mas, no momento, existe excesso no mercado internacional com as grandes produções na Tailândia e na Índia — disse o presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa.
A produção de cana no Norte Fluminense foge da projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na conjuntura econômica, Campos e São Francisco de Itabapaona começam a safra de cana de açúcar esperando colher 1,3 milhão de toneladas, o que deverá render ganho para o produtor. A cotação do açúcar em dólares por libra peso está 27% menor do que há 12 meses. Em contrapartida, o preço do etanol, acompanhando a gasolina subiu bem — quase 50%.
No país — No último dia 3, a Conab divulgou, em Brasília, a projeção da safra canavieira, no qual apontou para uma queda nacional de 1,2% e chegar a 625,96 milhões de toneladas na safra 2018/2019. Na safra 2017/2018, a produção fechou em 633,26 milhões de toneladas, no país. A estimativa é parte do primeiro levantamento da safra e caso se confirme, será a terceira queda consecutiva na produção.
A área colhida está estimada em 8,61 milhões de hectares, um recuo de 1,3% em relação 2017/2018. Segundo a Conab, a queda é por conta da devolução de terras arrendadas.
Expectativa de 5 mil empregos temporários
A vocação agrícola do município também influencia na abertura de vagas de emprego. O trabalho temporário de dois a três meses deve se estender a quatro meses, o que será bom para os 5 mil trabalhadores que deverão ser empregados no período.
O próprio governo municipal já visualiza as contrações para o setor canavieiro. “A expectativa é que esse número (Caged) feche no positivo a partir de abril, quando haverá dados de absorção de mão de obra pela safra da cana-de-açúcar”, adianta o chefe de gabinete da superintendência municipal de Trabalho e Renda, Vagner Basílio.
No calendário do início da moagem, a Coagro deve iniciar o processo na indústria no dia 28 de junho, quando a cana estiver madura.