Dora Paula Paes
02/05/2018 20:56 - Atualizado em 05/05/2018 14:49
Mais de 100 caminhoneiros autônomos, que atuam no transporte dos tijolos produzidos na Baixa Campista, pararam o trânsito na Estrada dos Ceramistas, em Campos, no início da noite desta quarta-feira (2). O grupo quer chamar atenção para os empresários do setor e iniciar conversação sobre o aumento do frete. Segundo eles, o Sindicato dos Ceramistas tem se recusado a abrir a negociação. A última foi há mais de 2 anos, quando ficou fixado o preço de R$ 70 por tonelada transportado, mas a crise exige que esse preço suba para R$ 90.
— Desde que foram instaladas as balanças na BR 101 (área de Campos e Tanguá) ficou limitado o peso do caminhão de tijolos a 14 toneladas, quando antes trabalhávamos com até 25 toneladas. Acontece que com a defasagem do preço, para que o caminhoneiro consiga levar dinheiro para casa, tem que arriscar a trabalhar com limite acima, o que é ilegal. Não queremos isso, queremos trabalhar com dignidade. Mas precisamos abrir esse debate com os empresários — disse um caminhoneiro que preferiu não se identificar.
Garantindo que as manifestações irão continuar de forma pacífica, o também caminhoneiro Hélio dos Santos conta que para ganhar alguma coisa os trabalhadores tem que conseguir uma carga de volta na faixa dos R$ 400. “Quando um pneu custa em média R$ 1.450 e cada caminhão precisa de 10 pneus, fora manutenção. Ainda temos a despesa com o diesel que vem aumento constantemente desde o ano passado. A situação está muito complicada para todos nós”, disse.
Atualmente, a Baixada Campista tem em operação 120 cerâmicas com produção intensa destinada ao mercado consumidor do Rio de Janeiro (capital), Região dos Lagos, interior fluminense e Espírito Santo.
Pela hora do protesto, já fora do horário comercial, a Folha não conseguiu contato com representantes do Sindicato dos Ceramistas.