A falta de combustível nos postos das cidades brasileiras provocou um aumento na procura pela instalação de cilindros de GNV na última semana. Segundo o comerciante Wanderlei Tognozzi, dono de uma empresa convertedora na Zona Sul de São Paulo, disse que antes da crise provocada pela greve de caminhoneiros, ele instalava um equipamento em veículos por dia, hoje ele tem cinco carros diariamente.

Com o crescimento da procura, ele precisou aumentar também o tempo de entrega do carro já equipado. “Aumentou bastante. Da semana passada para cá aumentou uns 500%. Antes da crise dos combustíveis eu tinha um carro por dia, média de 5 carros por semana, hoje eu tenho 5 carros por dia. Agendado eu consigo instalar em um dia, mas hoje estou pegando carro para entregar em uma semana”, disse o comerciante.

Tognozzi afirmou ainda que tem clientes que vão deixar o carro na oficina para ficar na fila. “Os clientes estão dizendo que estão vindo para cá para deixar o carro. Hoje em dia tem muito taxista, motoristas de aplicativo, motoristas de frota, vendedores que rodam bastante com o carro nos procurando”.

Tognozzi vai negociar com os fornecedores a manutenção do preço do kit, que já sofreu reajuste com a crise. “Cilindro hoje, por causa do aumento da procura, já teve um acréscimo. Estou trabalhando com estoque da semana passada, não tive tempo de negociar com o fornecedor, porque já teve aumento. Estoque de cilindro eu tenho, vamos ver a questão de preço, para quanto vai”, afirmou.

Helder Duarte Gonçalves trabalha com taxista e usa quatro aplicativos. Para ele, se não fosse o kit de GNV no carro ele estaria em casa sem trabalhar. Durante a entrevista ele comemora que os aplicativos tocaram quatro vezes. “Só rodo com GNV, não tem jeito. E não moro em São Paulo, moro em Bragança Paulista, vou e volto todo dia, rodo 100 km para ir e 100 km para vir. E estou trazendo gente de lá para cá porque não tem combustível lá também”, destacou.

Durante a crise de abastecimento, as viagens pelo aplicativo, segundo ele, são todas com valor cheio, sem desconto. “Acho um absurdo o que estão fazendo, tem posto de combustível vendendo álcool a R$ 6 o litro. O brasileiro ao invés de ajudar o outro faz isso. O GNV não mexeram no preço, onde tinha desconto permaneceu com desconto, nenhum posto subiu. O GNV é o único combustível que a gente sabe que não vai acabar”, acrescentou.

O taxista Renato Lemos Gomes está comemorando o fato de conseguir trabalhar durante a crise: “Ainda tenho meio tanque de gasolina, mas quando uso o GNV não preciso usar o combustível. É o segundo carro que estou usando GNV. Esse comprei sem GNV e resolvi colocar o gás, porque não compensa rodar com gasolina. Se não fosse o gás eu estaria em casa.”

Gomes afirmou que os colegas de profissão, que não possuem o equipamento no carro estão em casa amargando prejuízo. “No ponto onde eu trabalho só está rodando o taxista que tem gás, os outros estão em casa ou procurando posto de combustível para abastecer”, salientou. (A.N.)