“Considero Mozart o primeiro pop star da música. Dialoga com o popular com extrema sensibilidade”. A observação é do jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa ao apresentar, na quarta-feira (23), no Cineclube Goitacá, o filme “Amadeus” (1984), de Milos Forman, que foi agraciado com oito prêmios Oscar. Ele lembrou, também, que Forman é dono de pequena obra, mas destacou a excelência de dois filmes: “Hair” e “Um Estranho no Ninho”. “É um cineasta bastante criativo e que desenvolve seus filmes com maestria”, acrescentou.

“Amadeus”, do diretor tcheco Milos Forman, é baseado na peça teatral homônima de Peter Schaffer. A adaptação de Forman toma como matéria-prima o enredo criado por Schaffer e não dados históricos sobre a vida e a obra de Mozart, que poderiam ser acessados em fontes mais seguras. “É importante frisar que não é uma obra biográfica. Trata-se de ficção e, por isso mesmo, a liberdade tomada pelo diretor. Os fatos narrados não correspondem à realidade, sabendo-se apenas que existia uma grande rivalidade entre Mozart e Salieri”, explicou. Lembrou, ainda, que ao ver o filme passou a se interessar ainda mais pela obra de Mozart.

A história do filme pode ser assim resumida: após tentar o suicídio, Antonio Salieri (F. Murray Abraham) resolve confessar a um padre que foi o responsável pela morte do gênio Wolfgang Amadeus Mozart (Tom Hulce), contando em detalhes como conheceu, conviveu e lentamente viu crescer seu ódio pelo jovem irreverente e criativo que, segundo ele, compunha como se sua música tivesse sido abençoada pelo próprio Deus.

Aluysio salientou também o trabalho dos atores F. Murray Abraham e Tom Hulce que concorreram ao Oscar de melhor ator por um mesmo filme, fato raro na história cinematográfica. “Estão excelentes, mas não mantiveram, lamentavelmente, o mesmo nível em outros filmes”, disse. Dando continuidade às apresentações de filmes de Milos Forman, falecido no mês passado, o crítico de cinema da Folha, Felipe Fernandes, irá apresentar, na próxima quarta-feira (30), no Cineclube Goitacá, “Um Estranho no Ninho”.