A indicação sobre os filmes que entram em cartaz nesta quinta-feira (24) nos cinemas de Campos dos Goytacazes recai em “Han Solo — Uma História Star Wars”. Segundo a crítica, a iniciativa da Disney de explorar o passado de Star Wars no cinema é, para dizer o mínimo, polêmica. Com a força da franquia estabelecida e seus personagens reverenciados por diversas gerações, é complicado não torcer o nariz para a remodelação de nomes como Luke Skywalker, Leia e Darth Vader. Isso começou em 1999 com o Episódio I, antes mesmo da Lucasfilm fazer parte do império do Mickey, e agora tem um novo capítulo com “Han Solo — Uma História Star Wars”.
O novo spin-off da saga explora as origens do contrabandista eternizado nas telas por Harrison Ford com uma aventura decente, mas repleta de respostas desnecessárias e momentos sem inspiração. O diretor Ron Howard suja a tela com ambientes lamacentos e explosões a todo momento, ao mesmo tempo que tenta explorar novas raças para aumentar as possibilidades do universo criado por George Lucas. O problema, porém, é pecar na hora de dar identidade e clímax à jornada de Solo. Falta ao cineasta agilidade nas perseguições, dramaticidade nos embates e um senso de grandiosidade ao filmar as sequências de ação. Visualmente, Han Solo é o mais fraco de todos os longas da série.
Por outro lado, Alden Ehrenreich surpreende como protagonista. Incumbido de uma tarefa impossível, que é personificar um dos ícones do cinema moderno, o ator opta pela simplicidade e sutileza para reviver Solo. Howard acerta ao dar closes longos e silenciosos ao jovem, que não transpira a malandragem de Ford, mas não faz feio ao passear entre o ladrão do dia e o bom moço de coração. O elenco, aliás, é um dos grandes acertos do filme. O vilão vivido por Paul Bettany tem pouco tempo de tela, mas o usa bem e de forma intensa. Rio (Jon Favreau), L3 (Phoebe Waller-Bridge) e Beckett (Woody Harrelson) são os destaques da equipe de Solo, além de Lando (Donald Glover), que não surpreende, mas funciona de maneira decente.
Mais do que a história de Han, o filme tenta mostrar como as pessoas que vivem à margem do Império sobrevivem na galáxia. Solo é um esquecido no planeta Corellia e Chewie um prisioneiro de guerra. No fundo, o roteiro de Lawrence Kasdan tenta pintar um cenário de renegados da galáxia em um filme de assalto, mas fica limitado a responder às perguntas sobre o passado de Han Solo — boa parte, ou todas delas, desnecessárias. Quando opta por criar uma relação, sem transformar toda frase em um fan service, Solo funciona bem e diverte. Uma pena que quase todo encontro seja pretexto para uma resposta que quase ninguém queria. O clima de Star Wars está muito diluído nas quase 2h30 de Solo. De todos os filmes da série, este é o que tem menos a dizer, pois não se agarra ao visual já estabelecido ou aos ícones consagrados do universo.
Também entra em cartaz nesta quinta-feira “Alguém Como Eu”. Permanecem em exibição “Vingadores: A Guerra Infinita”, “Paulo, Apóstolo de Cristo” e “Deadpool 2”. (A.N.) (C.C.F.)