Jhonattan Reis
22/05/2018 17:49 - Atualizado em 24/05/2018 16:25
A tela do Cineclube Goitacá receberá, nesta quarta-feira (23) à noite, um longa-metragem vencedor de oito prêmios Oscar e dirigido pelo cineasta tcheco Milo Forman, falecido no último dia 14 de abril. “Amadeus” (1984) será apresentado pelo jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa. A sessão começa às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, localizado na esquina da rua Conselheiro Otaviano com a rua Treze de Maio, no Centro de Campos. A entrada é gratuita.
— Forman foi um grande diretor e, talvez, um dos maiores cineastas vivos até a data de sua morte. E ele fez, além de “Amadeus”, outros grandes filmes, como “Um Estranho no Ninho” (One Flew Over the Cuckoo’s Nest, 1975), “O Povo Contra Larry Flint” (The People vs. Larry Flynt, 1996) e “Hair” (1979) — comentou Aluysio.
Milo Forman — nascido em Caslav, República Tcheca, em fevereiro de 1932 — morreu no mês passado, aos 86 anos, nos Estados Unidos, onde morava desde 1968. Como apontou Aluysio, Forman dirigiu “Um Estranho no Ninho” e “Amadeus”, vencedores do Oscar e que juntos somam 13 estatuetas. O diretor ainda conta com outras grandes obras em sua filmografia, como “Hair” (1979), “Na época do Ragtime” (Ragtime, 1981) e “O Povo Contra Larry Flint”.
Aluysio destacou três obras de Forman: “Amadeus”, “Um Estranho no Ninho” e “O Povo Contra Larry Flint”.
— É um cara de poucas obras feitas. Porém, essas três são excelentes e, com certeza, honraria a filmografia de qualquer (Martin) Scorsese, (Akira) Kurosawa, (Quentin) Tarantino ou Orson Welles. Seriam pontos altos na carreira de qualquer cineasta — disse.
Em “Amadeus”, após tentar se suicidar, Antonio Salieri (F. Murray Abraham) confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Wolfgang Amadeus Mozart (Tom Hulce). Ele relata como conheceu, conviveu e passou a odiar Mozart, que era um jovem irreverente, mas compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus.
O filme foi responsável por oito prêmios Oscar em 1985 — de um total de 11 indicações —, sendo eles: Melhor Filme, Melhor Diretor (Milo Forman), Melhor Ator (F. Murray Abraham), Melhor Figurino (Theodor Pitk), Melhor Roteiro Adaptado (Peter Shaffer), Melhor Direção de Arte (Patrizia von Brandenstein e Karel erný), Melhor Maquiagem (Dick Smith e Paul LeBlanc) e Melhor Som (Mark Berger, Thomas Scott, Todd Boekelheide e Christopher Newman). Também foi indicado para seis prêmios no Globo de Ouro, tendo vencido quatro (Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Roteiro e Melhor Filme-Drama). O longa-metragem ainda foi classificado, em 1998, como o 53º melhor filme dos Estados Unidos pelo American Film Institute (Instituto Americano de Cinema, em tradução livre).
Além de destacar a direção de Forman, o apresentador da noite elogiou a direção de fotografia, assinada por Miroslav Ondricek.
— Uma coisa muito legal que foi feita neste filme é que este diretor de fotografia pega uma invenção genial e dificílima que é feita pela primeira vez no Cinema em “Barry Lyndon” (1975), de Stanley Kubrick (cineasta americano): ele faz toda a iluminação das cenas noturnas com luz de velas, como era na época. É um trabalho muito bem feito — relatou.
Aluysio também apontou uma curiosidade: o fato de F. Murray Abraham e Tom Hulce concorrerem ao Oscar de Melhor Ator por “Amadeus”.
— Foi uma das raras vezes em que, no Oscar, dois atores protagonistas foram indicados pelo mesmo filme. Esse tipo de situação aconteceu outras vezes, mas é algo raro. E os dois, apesar de não terem conseguido nada de muito relevante em suas carreiras depois de “Amadeus”, realmente estão muito bem neste filme.