"Um Condenado à Morte que Escapou" no Cineclube Goitacá
Jhonattan Reis 15/05/2018 17:11 - Atualizado em 16/05/2018 20:54
Divulgação
“Um Condenado à Morte Escapou” (Un Condamné à Mort s’est Échappé, 1956), longa-metragem do diretor francês Robert Bresson, estará nesta quarta-feira (16) à noite na tela do Cineclube Goitacá. Quem apresenta a obra é o advogado e publicitário Gustavo Oviedo. A sessão começa às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center — localizado na esquina das ruas Conselheiro Otaviano e Treze de Maio, no Centro. A entrada é gratuita.
O filme de Bresson é baseado na história de André Devigny, um militar que fez parte da resistência francesa durante a ocupação nazista, na Segunda Guerra Mundial. Na trama, Fontaine (François Leterrier), ativista da resistência francesa, é preso pelos nazistas. Condenado à morte, ele passa o tempo planejando sua fuga, até o momento em que ganha um companheiro de cela. Mas será ele um espião ou um possível aliado?
Gustavo Oviedo explicou que escolheu “Um Condenado à Morte Escapou” principalmente por gostar muito deste longa-metragem.
— Ele se encaixa na categoria daqueles (filmes) que eu acho mais interessantes: não é muito longo; tem poucos personagens; e tem como maior virtude a forma como é narrada a história — falou.
Ele comentou, também, sobre o trabalho de Robert Bresson.
— Este diretor se destaca por ser um diretor minimalista. Seus filmes são despojados de elementos desnecessários, inclusive de atores profissionais. Assim, os pequenos gestos, os olhares e as atitudes dos personagens adquirem uma dimensão dramática considerável. E, ao mesmo tempo, lhes dá a capacidade de adquirir significados simbólicos, que ficam por conta do espectador.
O apresentador da noite citou, ainda, o comentário do crítico de cinema estadunidense Jonathan Rosenbaum, do jornal Chicago Reader, que aponta “Um Condenado à Morte Escapou” como o melhor filme de escape.
— Eu acho que este filme certamente está entre os melhores nesse aspecto. E Rosenbaum também destaca que, ao contar a história através do ponto de vista do prisioneiro, aquilo que ele não enxerga também é o que o espectador não vê, o fora de quadro. Então, a obra ganha muita qualidade na questão do som, que Bresson faz questão de trabalhar cuidadosamente.
Oviedo ainda falou sobre o nome escolhido para título no Brasil.
— Me parece o nome correto, além de ser a tradução fiel do original francês. Mas, curiosamente, Bresson deu à obra outro nome, muito mais lírico, derivado da “Bíblia”: “O Vento Sopra Onde Quer”. Aparecem os dois nomes no começo do filme — relatou ele, acrescentando:
— E o nome escolhido pelo diretor é ao mesmo tempo o seu spoiler. O título conta o final. É claro que isto é uma declaração dos princípios cinematográficos do diretor. Bresson parece nos dizer que, apesar de não ter um desfecho surpreendente, nem reviravoltas engenhosas, o que interessa é o transcorrer da história até o final.

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