Nesta terça (15) e quarta-feira (16) tem peça da Escola de Práticas Artísticas (EPA!), da secretaria municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece), no Teatro de Bolso Procópio Ferreira, no Centro de Campos. O espetáculo “Portinari — Pés, Alma e Sentimentos” é uma releitura das obras do artista plástico Cândido Portinari e será encenada às 10h e às 15h, nos dois dias. As apresentações têm entrada franca e classificação livre.

A montagem é o resultado do trabalho da gerência de animação cultural em duas turmas do curso pré-técnico em artes, que têm alunos da rede municipal de ensino com idades entre sete e 16 anos. A releitura das obras de Cândido Portinari nasceu de pesquisa e texto da professora Neide Brasil, que dirige a sessão das 15h, com coreografia de Fátima Estefan.

Já a sessão da manhã é dirigida pela diretora, professora e atriz Neusinha da Hora, que também assina a coreografia junto a Luana Dias. O figurino dos espetáculos é de Aliny Wagner.

De acordo com Neusinha da Hora, a montagem mergulha nas pinturas de Portinari para refletir a sociedade.

— Foi feita uma pesquisa para interpretar a ideia de Portinari, como ele reportava a sociedade que vivia à margem. As obras dele são muito mais voltadas para uma sociedade oprimida do que para enaltecer o opressor. É uma forma de refletir a importância dessas pessoas. Então, “Pés, Alma e Sentimento” é uma reflexão sobre a sociedade, principalmente a população marginalizada — disse ela.

Ainda segundo Neusinha, cerca de 15 alunos participam do espetáculo na parte da manhã, enquanto aproximadamente 25 estarão em cena à tarde. Ela também comentou sobre o processo de criação.

— Esta é uma remontagem da peça, na verdade. Este espetáculo foi apresentado pelos alunos da EPA! no ano passado. Alguns que estarão em cena já participaram, outros não. O objetivo do espetáculo é fazer com que os estudantes experimentem o palco e participem de todo o processo de montagem de um espetáculo. Os alunos foram apresentados às obras e à história de Portinari para entenderem o pensamento deste artista que retratava o povo trabalhador — falou.

Neusinha explicou, ainda, que as crianças participam de todo o processo de montagem, desde a atuação até o figurino e a maquiagem. — Elas se entregam, têm curiosidade — relata.

EPA! — A Escola de Práticas Artísticas é um projeto desenvolvido pela Smece, em parceria com a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), que começou em Campos no ano passado. Nela, estudantes da rede municipal de ensino podem desenvolver suas habilidades nas artes cênicas, visuais e musicais. O curso funciona como um “pré-técnico” em Artes, com ensino de prática e teoria de cada vertente artística. O objetivo é capacitar os alunos para apresentações culturais e atuações em programas artísticos da cidade.

Os alunos da EPA! foram pré-selecionados em escolas municipais, em julho do ano passado, depois passaram por uma audição no Teatro de Bolso, no mesmo mês, e começaram as aulas em agosto.

De acordo com a Smece, o curso tem três anos de duração e é dividido em quatro módulos: Teatro, Dança, Artes Visuais e Música. Os professores do curso são todos servidores da Smece e possuem especialização em artes.

Ainda segundo a secretaria, são 80 alunos na primeira turma, do ano passado, sendo 20 de cada área (Teatro, Dança, Artes Visuais e Música). Todos os estudantes passam por oficinas em todas as áreas. No entanto, cada um tem mais tempo de aulas na vertente que tiver mais afinidade e destaque. Já este ano foram abertas 60 novas vagas.

As aulas acontecem às terças e quartas-feiras, sendo que os alunos do turno da manhã estudam das 8h30 às 11h, enquanto os da tarde têm aulas das 13h30 às 16h.