O advogado e ativista pelos direitos humanos João Luiz Duboc Pinaud, de 87 anos, morreu nessa terça-feira (24), no Rio. O corpo foi velado na Câmara de Vereadores de Niterói e a cremação aconteceu no Cemitério Parque da Colina, também na cidade. Pinaud foi secretário estadual de Justiça e também de Direitos Humanos nos governos de Anthony e Rosinha Garotinho.
Pinaud teve os direitos políticos cassados no golpe militar de 1964, inclusive a cadeira que ocupava na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde lecionava no curso de Direito, e seu cargo de juiz do antigo Estado do Rio de Janeiro. O jurista também foi presidente do Instituto de Advogados Brasileiros (IAB) e membro da Organização das Nações Unidas (ONU), onde viajou em missão para o Haiti e países da África.
O IAB decretou luto oficial por três dias em homenagem à memória de Pinaud. De acordo com Técio Lins e Silva, presidente da entidade, ele se dedicou em defender presos políticos durante a ditadura.
— O IAB está de luto, para dizer às gerações que não o conheceram, que nós perdemos um homem comprometido com o Direito e a democracia, exímio professor, sobretudo um homem bom, amigo, símbolo da generosa luta pelos direitos humanos — explicou.
Além disso, foi secretário nacional de Direitos Humanos e do Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro. Para a família, Pinaud deixa um legado de ética, luta e cidadania: “Ele era um homem que estava à frente do seu tempo. Acreditava no melhor das pessoas e lutava pelos direitos das minorias porque sonhava em construir um país justo e igualitário. Quando trabalhou como secretário do Sistema Penitenciário, batalhou para humanizar as condições de vida do ambiente prisional e investiu na educação, como estratégia para ressocialização do indivíduo egresso. Até hoje seu nome é reconhecido nas universidades e no sistema judiciário”, disse o neto João. (S.M.) (A.N.)