O empresário Joesley Batista afirmou ter repassado R$ 110 milhões ao senador Aécio Neves (PSDB) durante a campanha eleitoral de 2014. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (20) pelo site do jornal O Globo. Segundo a publicação, um novo depoimento do empresário foi prestado à Polícia Federal na última quinta-feira. E dia não poderia ter siso pior para Aécio, réu no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro Osmar Serraglio (PP) declarou que o senador mineiro rentou alterar o curso da operação Lava Jato com a nomeação de um delegado na Polícia Federal.
Aécio virou réu por corrupção passiva e obstrução de Justiça na última terça, quando a Primeira Turma do STF, no caso que apura se o mineiro recebeu propina da JBS. O senador afirma que provará a ‘absoluta legalidade e correção’ de seus atos.
Além das investigações sobre possível envolvimento com a empresa dos irmãos Batista, Aécio é alvo de cinco inquéritos motivado pelas delações da Odebrecht, dois envolvendo um esquema de corrupção da Furnas e da CPI dos Correios. Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva e obstrução à Justiça.
O mineiro chegou a ser afastado de seu mandado em maio de 2017. No entanto, colheu notícias positivas no início de julho daquele ano: teve alguns de seus inquéritos redistribuídos no STF, conseguiu retomar o mandato e viu ser arquivada a representação contra ele no Conselho de Ética do Senado. Ao voltar ao Congresso, chegou a dizer que era vítima de uma “injustiça”.
No plenário do Senado, Aécio rebateu as acusações feitas por delatores da JBS, que levaram o ministro Edson Fachin a afastá-lo do Senado. (A.N.)