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Rosinha ficou presa durante uma semana e deixou a cadeia depois de ter deferido Habeas corpus no TRE
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Garotinho ficou preso durante quase um mês, até ser solto por decisão do ministro Gilmar Mendes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
No próximo dia 18, o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PRP) completa 58 anos. A comemoração será em Campos, mas longe das festas a fantasia de outrora. Garotinho estará no banco dos réus do Fórum Maria Teresa Gusmão de Andrade, sendo interrogado na Ação Penal decorrente da operação Caixa d’Água. Garotinho, a também ex-governadora e ex-prefeita Rosinha e mais seis pessoas são acusados de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais e até uso de armas de fogo para intimidação. Todos os réus negam qualquer irregularidade.
Ao contrário do que possam dizer os partidários da teoria da conspiração, ou da perseguição, a escolha da data do interrogatório ocorreu em comum acordo entre advogados, Ministério Público Eleitoral (MPE) e o juiz Ralph Manhães, na oitiva das testemunhas de defesa, no último dia 23 de março. Inicialmente, o magistrado chegou a sugerir o dia 2 de abril, mas por ser logo após o feriadão da Semana Santa, houve pedido para mudança da data.
A operação Caixa d’Água foi desencadeada no dia 22 de novembro do ano passado, com a prisão do casal de ex-governadores. Também foram presos, o ex-secretário de Controle e Orçamento de Campos, Suledil Bernardino, o advogado e ex-subsecretário municipal de Governo, Thiago Godoy, além do empresário Ney Flores Braga e do policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro Da Silva, conhecido como Toninho, apontado pelo MPE e pela Polícia Federal (PF) como braço armado da organização. Dias depois, também foram presos o presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues, e seu genro, Fabiano Rosas Alonso.
A denúncia do MPE tem 150 páginas e foi assinada pela promotora Maristela Naurath. Nela estão relatados os supostos crimes e prejuízos financeiros que chegariam a R$ 3 milhões somente da parte do empresário André Luiz da Silva Rodrigues, sócio da Ocean Link, proprietário da Working e que delatou o esquema.
No Inquérito da PF consta reunião que Garotinho teria comandado, em 2014, em Botafogo, Rio de Janeiro. Na reunião, segundo a PF, ele teria cobrado R$ 5 milhões a vários empresários campistas. O dinheiro seria usado na campanha ao Governo do Estado. No interrogatório, os réus poderão responder às perguntas ou exercerem o direito de permanecerem em silêncio.