O ex-governador Sérgio Cabral chegou nesta quarta-feira (11) à noite ao presídio de Bangu 8, no Rio de Janeiro, para onde foi transferido depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) acatou um pedido de seus advogados para que o político deixasse Curitiba, onde estava preso por ordem do juiz federal Sérgio Moro, em conjunto com a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e voltasse à capital fluminense. Inicialmente, foi divulgado que ele voltaria para Benfica, de onde foi transferido em janeiro após denúncias de regalias. Cabral chegou ao Rio por volta das 19h30. O presídio que ele ficará é o mesmo que abrigou o também ex-governador Anthony Garotinho (PRP), durante sua prisão entre novembro e dezembro na operação Caixa d’Água.
O ex-governador ficou menos de três meses em Curitiba. Entre os benefícios dentro da cadeia que teriam sido dados a Cabral e foram citados na denúncia do MP, estavam colchões de melhor qualidade, filtros de água padronizados, instrumentos de musculação de uso exclusivo, alimentos in natura e produtos de delicatessen como queijos, frios e quitutes de bacalhau. Teria havido ainda uma tentativa de instalação de videoteca, uma espécie de sala de cinema equipada com home theater e acervo de DVDs.
Cabral é réu em 22 processos que se desdobraram da operação Lava Jato e já foi condenado em cinco deles. Até o momento, suas penas somam 100 anos e oito meses de prisão. Como a maioria dos processos a que responde tramita no Rio de Janeiro sob a responsabilidade do juiz Marcelo Bretas, ele poderá voltar a comparecer às audiências e depor pessoalmente.
Em nota, a defesa de Cabral considerou a escolha da unidade prisional de Bangu um contrassenso e um despropósito. “Além da distância da Vara Federal onde estão os processos deflagrados contra ele, vai de encontro à proposta do próprio sistema penitenciário que construiu um presídio inteiro para abrigar presos da Lava Jato, justamente em Benfica”. (A.N.) (S.M.)