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Gil Vianna
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Bruno Duaire
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Rodrigo Pedrosa
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Chico Alencar
A visita a Campos e a entrevista à
Folha da Manhã do deputado federal e pré-candidato ao Senado pelo Psol, Chico Alencar, continuam repercutindo. Em um momento em que o partido e o país foram abalados pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março, o parlamentar voltou a questionar a intervenção federal na Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro e criticou o discurso do pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). Vinte e sete dias após o brutal crime que comoveu o Brasil, o jornal O Globo divulgou, nessa terça-feira (10), que os investigadores conseguiram colher digitais parciais nas cápsulas usadas pelo assassino. Um dos líderes do Psol em Campos, Rodrigo Pedrosa, enalteceu o posicionamento de Alencar e cobrou solução para o assassinato de Marielle. O deputado estadual Bruno Dauaire (PRP), vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), se disse favorável à intervenção, mas quer ações efetivas também para o interior. Já o ex-deputado estadual Gil Vianna (PSL), disse que a opinião de Chico sobre Bolsonaro não representa o que a maioria da população pensa sobre o também deputado federal.
Para Pedrosa, integrante do Núcleo José do Patrocínio do Psol, a entrevista foi importante para mostrar a organização dentro do partido em Campos. “Achei a entrevista muito positiva. Acredito que, até então, dentro do município, não se tinha essa noção de organização dentro do partido. O Chico deixou bem claro que o partido está na área, demarcando o seu espaço. No caso do Marielle, o Chico abordou que os tiros foram um aviso para o Marcelo (Freixo, deputado estadual pelo partido). Não só no caso da Marielle, mas todos os que estão acontecendo durante a intervenção no Rio, precisam de resposta. Alguns fatos estão se ligando, mas ainda está um pouco distante de ser desvendado, talvez até por falta de recursos investigativos”, declarou.
Já Bruno Dauaire vê erros na intervenção federal, mas, ao contrário de Chico Alencar, acredita que ela possa ser uma ferramenta importante para o Estado. “Sou favorável à intervenção. Considero importante por causa da crise de autoridade existente no Estado do Rio, que foi desencadeada pela má gestão e consequente sucateamento da pasta de Segurança Pública. Mas acho que falta planejamento, aliás faltou desde o começo do processo. Mas é possível acertar. E continuo insistindo e cobrando que esse planejamento precisa considerar todo o Estado do Rio”, disse o parlamentar que, assim como o deputado do Psol, acredita que o crime contra Marielle tenha envolvimento com a participação da psolista na CPI das Milícias ao lado de Freixo.
Em determinado trecho da entrevista, Alencar diz que Bolsonaro é “a figura visível que mais expressa essa intolerância, esse ódio. Inclusive numa concepção também absolutamente rude, importada dos Estados Unidos”. Em resposta, Gil Vianna declarou que a opinião da maioria da população brasileira é outra. “Bolsonaro tem mais de 20 anos de vida pública e sabe bem o que quer. As pessoas estão cansadas e querem mudança. As pessoas querem uma pessoa de bem e essa opinião do Chico Alencar não corresponde com a da maioria das pessoas. Sobre a questão com a Maria do Rosário, é uma coisa que só cabe a Justiça dizer, não posso dar uma opinião”, concluiu o ex-parlamentar.