Suzy Monteiro
06/04/2018 22:10 - Atualizado em 09/04/2018 19:04
O ex-governador Anthony Garotinho (PRP) e seu filho Wladimir (PRP) tiveram negado pelos desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ) seu pedido de desarquivamento de uma notícia-crime de calúnia contra o juiz da 3ª Vara Criminal de Campos, Glaucenir Silva de Oliveira. Procurado pela Folha Wladimir disse que não iria comentar: “Assunto judicial se discute na esfera judicial”, afirmou. Já anteriormente, o ex-governador negou qualquer tentativa de suborno.
O magistrado acusou os dois de tentativa de suborno quando era titular da 100ª Zona Eleitoral de Campos. Segundo a denúncia, por meio de intermediários, pai e filho teriam oferecido R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões para que Glaucenir colocasse um fim à investigação de crime eleitoral contra ambos.
A denúncia surgiu em novembro de 2016, quando o ex-governador Anthony Garotinho foi preso pela primeira vez, no âmbito da operação Chequinho. A prisão foi decretada por Glaucenir.
Na ocasião, Glaucenir de Oliveira disse à Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) que o ex-governador teria tentado suborná-lo para abafar as investigações e evitar que fosse preso. De acordo com o procurador regional eleitoral, Sidney Madruga, Garotinho e Wladimir Matheus teriam oferecido, por meio de intermediários, até R$ 5 milhões para o magistrado.
A Procuradoria solicitou à Polícia Federal (PF) que apure o caso. Em setembro do ano seguinte, no período da segunda prisão de Garotinho na Chequinho, o ex-procurador da Câmara de Campos, Luis Felippe Klem, teve cumprido em sua residência mandado de busca e apreensão dentro das investigações. Ele teria sido identificado como autor da suposta proposta de suborno. A Ação Penal que tem o ex-procurador tramitava na Justiça Eleitoral, mas foi encaminhada para a Justiça Federal, no final do ano passado.
Ao surgir a denúncia do suposto suborno, Garotinho entrou com queixa-crime contra o juiz.