Mato alto, falta de segurança, sinalização e acostamento e buracos, muitos buracos estão presentes em todo o percurso das rodovias estaduais do Norte e Noroeste Fluminense. A situação caótica está na RJ 158, que liga Campos ao município de Cambuci, na RJ 180, entre Dores de Macabu e Quissamã e na RJ 224, que liga Campos a São Francisco de Itabapoana. As reclamações tomaram as redes sociais e o Departamento de Estrada e Rodagem (DER) informou que está ciente dos problemas envolvendo as rodovias e que vem monitorando as condições de segurança e trafegabilidade.
A RJ 158 é extensa, começa em Campos passa por São Fidélis, Itaocara e vai até Cambuci. Todos os trechos da estrada estão tomados de buracos e mato alto encobrindo o acostamento. A falta de segurança tem sido denunciada nas redes sociais por motoristas que utilizam a estrada diariamente. Próximo à antiga fábrica de sucos Bela Joana, uma cratera que se abriu há pouco mais de um mês e também preocupa. A erosão tomou parte da pista e o risco afundamento é iminente considerando que, parte do entorno da rodovia já foi uma área pantanosa.
Diante do perigo e das denúncias o DER iniciou, na última quarta-feira (4), uma capina no trecho, que estava há quatro anos sem limpeza, e uma operação tapa buraco em todo o trecho entre Campos/São Fidélis. Segundo o diretor do órgão, Ivan do Amaral, a operação e a limpeza conta com ajuda de proprietários de terras.
— O DER tinha contrato com as firmas que faziam a manutenção das estradas. O contrato acabou e somente agora será feito uma licitação para nova contratação. Isso deve ocorrer até o final do mês. Enquanto isso, estamos dando um jeito com a ajuda dos proprietários de terras ao longo da rodovia. Quanto à cratera, uma equipe de topógrafos está fazendo um levantamento do problema e um projeto será feito com urgência. A princípio vamos sinalizar o trecho com placas e até quebra-molas, para evitar acidentes — informou.
Estradas parecem superfície da lua
Estradas parecem superfície da lua
A RJ 158 ainda atinge Itaocara e Cambuci, por lá a situação é ainda pior. Uma faixa, colocada na entrada de Valão do Papagaio, chama a atenção para o abandono do trecho. A rodovia já foi fechada duas vezes com fogo e pneus em protesto nos últimos meses. Outros protestos já foram realizados por motoristas indignados.
O engenheiro eletricista Walas Pena, utiliza frequentemente a estrada indo para Aperibé. Ele informou que o risco de acontecer um acidente é muito grande. “A vegetação tomou conta da pista e a falta de sinalização agrava ainda mais a situação. As placas estão encobertas pelo mato e os buracos são muitos. Está cada vez mais difícil e perigoso transitar nessa rodovia. A gente vai com medo e devagar. Medo por causa da falta de sinalização e perigo porque os buracos podem furar o pneu e na velocidade pode acontecer um acidente. Eu vou com muito cuidado”, disse ele.
Estradas parecem superfície da lua
Estradas parecem superfície da lua
Muitas são as reclamações pelas redes sociais. “Até quando vamos ter nossos veículos danificados por não ter um asfalto em boas condições com perfeita sinalização? Até quando vamos ter prejuízos em nossos veículos por causa de uma estrada que não serve nem para trator passar?”, indagou Amaro Pereira.
Outras rodovias com problemas na região
A RJ 180 é a principal ligação entre a Zona Rural de Campos e Quissamã. A maior parte da estrada não é pavimentada e não tem sinalização. Durante o verão, ela fica alagada e nos outros meses, os buracos ficam mais evidentes segundo moradores da localidade. Com as últimas chuvas a situação ficou ainda mais complicada e perigosa para quem utiliza a estrada diariamente.
Outra estrada que merece atenção é a RJ 224, que liga Campos a São Francisco de Itabapoana. No início do mês de março o forte temporal que castigou a região deixou alagado um trecho na altura da localidade de Roda D’água, no limite entre os dois municípios, próximo a Usina Canabrava. Na época o trecho foi interditado e hoje a rodovia está com muitos buracos.
O diretor do DER em Campos, Ivan do Amaral, disse que todos os trechos das RJ no interior do Estado do Rio são preocupantes. Ele informou que a RJ 180 e a RJ 224 também são prioridades para o departamento e que também receberá intervenções emergenciais dentro de poucos dias.
— A gente está fazendo o que pode. O Estado está sem verba, mas vamos com uma equipe até o local para ver a real necessidade de intervenção — informou.
Acessos perigosos à Lagoa de Cima
As rodovias estaduais que levam a localidade de Lagoa de Cima também vêm trazendo muita dor de cabeça para os moradores da Lagoa e também do Imbé. Todos os acessos, tanto por Santa Cruz, estrada municipal, quanto por Itereré, na RJ 190, ou por Tapera, na RJ 208, estão completamente abandonados, cheios de buracos e muito mato no entorno da pista. O morador e produtor rural Paulo Roberto de Abreu, utiliza a estrada todos os dias e informou que está intransitável, precisando com urgência de manutenção.
— Não há como chegar a Lagoa de Cima sem passar pelos buracos. A estrada passando por Santa Cruz está intransitável, com muitos buracos. E de Lagoa de Cima para o Imbé, está tudo acabado. Muito buraco, mato que invadiu a pista, virou um túnel. Muito perigoso. A estrada já estava ruim com a última enchente acabou com a pista — informou o produtor rural.
Em nota, a secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana informou que a manutenção das estradas de acesso a Lagoa de Cima está no planejamento, mas ainda depende de disponibilidade financeira. Mesmo assim, a secretaria tenta atualmente viabilizar reformas nas pistas através de parcerias com outros órgãos.
Fotos: Antônio Leudo, Rodrigo Silveira e Divulgação