Durante a apresentação do filme “Adeus, Lenin!”, quarta-feira (18), no Cineclube Goitacá, o cineasta e publicitário, Felipe Fernandes, destacou que a obra documenta uma época importante no mundo e sua influência na vida dos habitantes das duas Berlim — oriental e ocidental. Sabe-se que a queda do Muro de Berlim foi um dos acontecimentos mais marcantes do século XX, sendo amplamente noticiado na época e fato que está presente em qualquer livro de história. Porém, muitas vezes, as pessoas focam muito no simbolismo do muro caindo e esquecem de abordar o impacto que isso teve na população da Alemanha Oriental, que até então vivia sob um regime socialista e do dia para a noite estava em um país de governabilidade diferente.

Felipe lembrou que o filme “Adeus, Lênin” retrata justamente esse momento histórico, mas não esquece de dar destaque para a vida daquela população. A obra, dirigida por Wolfgang Becker, conta a história de Alexander (Daniel Brühl), que vai às ruas para protestar contra o governo, misturando-se com manifestantes que sua mãe (Kathrin Sass) condena. Ao ver o filho na manifestação, ela sofre um ataque cardíaco, deixando-a em coma no hospital durante oito meses, tempo suficiente para que não assista à queda do Muro de Berlim e a implantação do sistema capitalista no país. Quando afinal desperta, Alexander quer preservá-la do choque e a leva para o apartamento da família, cuidadosamente preservado como se a RDA ainda existisse.

— O filme é bem construído e mostra como a queda do Muro de Berlim interferiu na vida da mãe do personagem central, vivido pelo ator Daniel Brühl. Ele faz o papel do Estado ao controlar a vida de sua mãe. O filme é de 2003 e foi indicado pela Alemanha para concorrer em 2004 ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro — acrescentou. Durante o debate, a plateia se manifestou em várias oportunidades merecendo, ao final, comentário de Felipe: “Gostei muito do debate desta noite. Foi muito rico e com participações que trouxeram novas visões sobre o filme”.