Chega nesta quinta-feira (12) aos cinemas de Campos dos Goytacazes o filme “Rampage: Destruição Total” que, no entanto, não está bem recomendado pela crítica.
Registre-se que os filmes baseados em jogos de videogames ainda não tiveram um título que passasse no crivo do público de forma geral. Talvez por isso, “Rampage: Destruição Total” se afaste tanto da sua inspiração. De qualquer forma, o filme parece ter falhado e deverá ser mais um na lista de filmes de videogames que derrubam as esperanças dos fãs de um dia ver a indústria apostando nestes como apostam hoje nos super-heróis de quadrinhos.
Brad Peyton, diretor do filme, praticamente não sai do básico. Verdade que suas cenas de ação são entendíveis, o que já é bastante para os dias de hoje, onde as cenas sofrem cortes demais. Mas mesmo seu básico às vezes nem chega a ser mediano na hora de posicionar a câmera. Em um momento do filme, o diretor faz um dos piores usos de uma câmera GoPro que já passou pelas telonas. Tecnicamente, o único destaque do filme fica para o design de criaturas.
O longa tomou a decisão acertada de não trazer seus personagens ao pé da letra, já que no jogo os monstros são antropomórficos. Assim, as criaturas ficaram mais reais, na medida do possível. A explicação do patógeno foi bem utilizada e isso possibilitou que as criaturas fossem mais do que apenas gigantes. Nesse ponto, o filme parece conseguir fazer com o conceito algo que “Jurassic World” tentou, mas não foi tão efetivo. Os monstros são incríveis, mas George, o gorila albino, acabou ficando para trás na “monstrificação”, por questões bobas, já que o filme, óbvio como é, deixa bem claro seu aspecto maniqueísta: The Rock é o mocinho, então é um cara legal, que se preocupa com os animais, enquanto um dos personagens que trabalha para o lado mal tem uma cicatriz na cara.
Assim, o filme acaba ficando recheado de clichês, o que inicialmente não incomoda. Nos primeiros minutos, você é preparado para assistir uma divertida e emocionante película de “sessão da tarde”, e o filme funcionaria muito bem dessa forma. O problema começa no segundo ato, quando o longa resolve se levar a sério demais. Dentro de sua direção básica, o filme fica chato e se perde na sua obviedade de piadas batidas de um roteiro que só quer se sustentar em cima do carisma do protagonista, que acaba por ser insuficiente.
Seria injusto culpar os atores por suas más atuações. Não são ruins, mas são mal dirigidas. Nitidamente Joe Manganiello, Jake Lacy e Malin Akerman fizeram o que lhes foi pedido, o que teria sido suficiente se o filme ficasse dentro da brincadeira que se propôs no primeiro ato. Além disso, a trama que envolve seus personagens, principalmente os dois últimos, é simplesmente estúpida. Quem assiste a série “The Walking Dead”, no momento em que Jeffrey Dean Morgan aparece na tela, pensará na hora em Negan. Seria totalmente plausível imaginar que lhe foi pedido para reprisar a atuação que este vem fazendo na série. Dwayne “The Rock” Johnson, o protagonista, dessa vez não consegue segurar o papel somente com seu carisma, mas muito disso é culpa do roteiro. Com as habituais frases de efeito dos filmes de ação, o filme nem precisaria apresentar esses personagens, já que o público está cansado de vê-los por aí.
A trama é previsível o tempo todo. Não seria um problema se o filme tivesse apostado mais nas piadas que tiram sarro justamente desse fato. O melhor do humor do filme consiste em momentos em que os personagens quase quebram a quarta parede na intenção de comentar o absurdo do que está acontecendo na tela.
Permanecem ainda em exibição os filmes “Os Farofeiros”, “Jogador Nº 1”, “Com Amor, Simon”, ‘Pedro Coelho” e “Um Lugar Silencioso”. (A.N.) (C.C.F.)