Suzy Monteiro
22/03/2018 22:33 - Atualizado em 27/03/2018 14:26
Acontece nesta sexta-feira, a partir das 13h, no Fórum de Campos, mais uma audiência da Ação Penal decorrência da operação Caixa D’Água. Desta vez serão ouvidas testemunhas de defesa. A Caixa d’água levou à prisão, em novembro do ano passado, os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho. O casal e outras seis pessoas são acusados pelo MP de integrarem uma organização criminosa que arrecadava recursos de forma ilícita com empresários com o objetivo de financiar as próprias campanhas eleitorais e a de aliados, inclusive mediante extorsão.
No início do mês, o juiz Ralph Manhães, responsável pelo caso, rejeitou várias testemunhas arroladas pelos réus, por entender que não tinham nada a ver com o caso. Os réus, também, não demonstraram a pertinência das testemunhas apresentadas, entre elas três procuradores da República no Estado do Rio.
Na ocasião, Rosinha e Garotinho alegaram que não tinham a obrigação de justificar a produção da prova testemunhal e listaram entre suas testemunhas de defesa, além dos três procuradores da República do Rio de Janeiro, o atual Procurador Geral de Justiça, José Eduardo Ciotola Gussem,e o desembargador do Tribunal de Justiça José Carlos Paes.
Para o magistrado a lista das testemunhas, “trata-se de requerimento protelatório, pois tais pessoas não tem qualquer vinculação com os fatos criminosos imputados aos mesmos, o que nos leva a crer que a não indicação por parte dos réus, dos motivos para as oitivas das referidas testemunhas também é um ato que deve ser considerado procrastinatório, com o único objetivo de retardar o processo com diligências desnecessárias”.
Na última quarta-feira, o magistrado dispensou duas testemunhas, entre elas o ex-procurador de Campos, Matheus da Silva José, e Fábio de Andrade Pereira. Eles haviam solicitado para prestarem depoimentos nas cidades em que moram atualmente. Ralph afirmou que a oitiva dos dois não era necessária. Se os réus quisessem levá-los na hora da audiência estarão autorizados.
Por outro lado, o empreiteiro Thiago de Castro Gomes está obrigado a comparecer. Ele chegou a solicitar à Justiça para não comparecer à audiência, o que foi negado pelo juiz Ralph Manhães.
Além do casal Garotinho, também são réus no processo da operação Caixa d’água o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro, o Toninho, identificado como o braço armado da organização; o ex-secretário da Prefeitura de Campos, Suledil Bernardino (Controle) e Thiago Godoy (subsecretário de Governo); o empreiteiro Ney Flores; o presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues e o genro dele, Fabiano Rosas Alonso.
Rosinha saiu da cadeia uma semana depois, através de HC do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), enquanto Garotinho, somente quase um mês depois, no primeiro dia do recesso do Judiciário, através do ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os demais também saíram após um mês através de liminar do TSE e Superior Tribunal de Justiça (STJ).