Pela primeira vez, o presidente Michel Temer (MDB) admitiu publicamente nesta terça-feira que poderá ser candidato à Presidência da República. Temer está no cargo desde 13 de maio de 2016, primeiro interinamente e, depois, a partir de agosto do mesmo ano, de maneira definitiva após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Questionado se era candidato à Presidência, Temer afirmou: “Não é improvável, mas ainda não decidi”. Perguntado ainda quando tomará essa decisão, Temer afirmou que “o tempo dirá”.
O presidente acrescentou que sua candidatura está sendo objeto de “conversações”, inclusive com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, “que é uma grande figura”. Meirelles é pré-candidato à Presidência.
O entusiasmo de Temer por uma eventual candidatura à Presidência tem crescido à medida que setores do MDB mais ligados ao presidente o tem convencido de que apenas ele pessoalmente conseguirá defender “seu legado”.
Além disso, ao contrário dos demais possíveis candidatos que ocupam cargos no Executivo, que precisam deixar seus postos até 7 de abril, o presidente não precisa sair da Presidência e pode decidir pela candidatura, ou não, até o início de agosto, quando termina o prazo para os partidos definirem oficialmente seus candidatos.
A Executiva do MDB defende candidatura própria, que pode ser a de Temer ou, como prefere parte da cúpula do partido, a do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que estuda sair do seu partido, o PSD - que não quer encampar sua candidatura - para ser o candidato do MDB. Ambos aparecem nas pesquisas eleitorais com intenções de voto em torno de 1%. (A.N.)