O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello determinou a abertura de inquérito para apurar suspeitas dos crimes de resistência e desacato pelos ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e pela filha do casal, a deputada federal licenciada Clarissa Garotinho (PRB-RJ), hoje secretária de Desenvolvimento, Emprego e Inovação do Rio.
O inquérito, instaurado a pedido da procuradora-geral da República Raquel Dodge, vai investigar se houve “resistência à ordem judicial” e “desacato” no episódio de novembro de 2016, quando Garotinho foi preso pela primeira vez no caso Chequinho. Ele foi levado à superintendência da Polícia Federal e seria encaminhado para Campos, mas passou mal. Foi internado no Souza Aguiar, mas funcionários denunciaram regalias a ele e à família. Assim, a Justiça determinou a transferência para Bangu. Clarissa — que estava no hospital — tentou impedir a transferência através de telefonemas e até colocando um médico para falar com os policiais federais que estavam ali para cumprir a ordem judicial.
Rosinha também estava no quarto e tentou segurar o marido para que não fosse levado.
A transferência aconteceu, mas em meio a tumulto. Viralizou um vídeo em que Garotinho tenta se levantar da maca ao ser levado para a ambulância e é contido por policiais que o escoltavam para sua transferência.
A Procuradoria-Geral da República, que pediu a instauração do inquérito, quer investigar se Garotinho e seus familiares resistiram à ordem judicial de transferência do ex-governador e se desacataram os policiais que realizaram a transferência.
O processo tramita no STF já que Clarissa, por ser deputada licenciada, tem foro privilegiado no tribunal.
A Folha da Manhã tentou contato com a assessoria de Clarissa Garotinho, mas não obteve resposta. Enviou e-mail à assessoria do casal Garotinho, mas também sem retorno. (S.M.) (A.N.)