Um motel atrás das grades. Foi o que promotores do Ministério Público Estadual (MPE) encontraram, durante uma fiscalização na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio. Seis quartos decorados seriam utilizados para visitas íntimas de presos e não presos de forma ilícita, entre outras possíveis irregularidades.
O MPE informou que está investigando se as suítes eram usadas por “presos e não presos”. Segundo a promotora Andrea Amin, a investigação surgiu a partir de denúncia anônima.
- Não falaram em garota de programa, não falaram em Lava Jato. Foi uma denúncia anônima e fomos apurar - disse a promotora à imprensa.
Na unidade estão presos da Operação Lava Jato no Rio e, até pouco tempo atrás, abrigada o ex-governador Sérgio Cabral. As irregularidades foram descobertas durante uma fiscalização no dia 19 de fevereiro. As informações foram publicadas no jornal “O Dia”. De acordo com a reportagem, o MP-RJ recebeu a informação de que mulheres estariam recebendo dinheiro para fazer sexo com presos da Lava Jato.
No entanto, o MP informou que ainda analisa imagens de câmeras para confirmar a presença de mulheres contratadas para encontros: “As horas e horas de filmagem vão revelar [se teve presença de prostituta]. São muitas horas de filmagem e certamente vão revelar. Mas a denúncia inicial não teve essa informação”, disse o procurador-geral do MP, Eduardo Gussem.
Nos quartos da cadeia foram encontrados espelhos, luzes vermelhas, televisões, banheiros com espelhos, piso de porcelanato e até uma parede pintada com um coração. (S.M.) (A.N.)