Entrevista de Wladimir sob análise
Aldir Sales e Arnaldo Neto 06/03/2018 09:38 - Atualizado em 08/03/2018 16:12
Prefeito Rafael Diniz
Prefeito Rafael Diniz / Foto: Antônio Leudo
Em entrevista à Folha da Manhã no último domingo, o pré-candidato a deputado federal Wladimir Garotinho abriu o verbo sobre os mais variados assuntos e pessoas. O filho do ex-governador Anthony Garotinho não poupou críticas ao governo de Rafael Diniz (PPS), sucessor da sua mãe, Rosinha, na Prefeitura de Campos. Outro alvo de Wladimir foi o presidente da Câmara e seu possível adversário na disputa por um lugar em Brasília, Marcão Gomes (Rede). Os dois responderam e foram enfáticos em criticar a “política dos Garotinho” e a “venda do futuro”, defendida pelo filho dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho.
— Qualquer pessoa tem o direito de se posicionar e opinar, mas é possível avaliar quem representa cada modelo de gestão. Assim como os pais, que ficaram muitos anos no poder e entregaram uma cidade endividada e dependente dos royalties, acham que a solução é contrair mais empréstimos, o que é de se lamentar — ressaltou o prefeito de Campos, Rafael Diniz.
Contra Marcão, Wladimir lançou suspeitas sobre o contrato do Legislativo com a empresa de marketing que tinha como sócio o atual superintendente de Comunicação da Prefeitura, Thiago Bellotti. Ele também falou sobre o atual chefe de gabinete do prefeito, César Tinoco, que foi substituído por Marcão na pré-candidatura a deputado e também citou a relação de amizade com o deputado estadual Bruno Dauaire (PR). O também deputado estadual Geraldo Pudim (PMDB) e a secretária de Desenvolvimento, Emprego e Inovação do Rio e sua irmã, Clarissa Garotinho (PRB), também foram citados, mas não responderam.
Um dos mais falados por Wladimir na entrevista foi Marcão, que foi veemente para contestar o possível adversário na eleição de outubro.
— Wladimir defendeu seu pai das denúncias de que a Prefeitura oferecia inscrições fraudulentas no programa Cheque Cidadão, que dava R$ 200 por mês a cada beneficiário, em troca de votos, e ainda, defendeu o “legado” na operação Caixa d’Água, onde diz existir “contradições”. Gostaria de saber quais são, pois as acusações são de crimes como corrupção, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais entre os anos 2009 e 2016, quando Rosinha, sua mãe, era a prefeita de Campos. Wladimir deveria ser mais claro em relação à concordância ou discordância das práticas ilícitas das quais seus pais são acusados e tentar evitar comprometer o seu futuro obedecendo aos ditames paternos — disse.
O presidente da Câmara ainda se defendeu sobre as declarações de Wladimir sobre os contratos da Casa das Leis e sobre uma possível polarização na campanha. “De minha parte não existe polarização. No momento em que a lei permitir apresentarei as minhas propostas para população que poderá avaliar. Todos contratos celebrados pela Câmara seguem procedimentos avaliados pelos órgãos de controle e sigo a risca as sugestões de todos os órgãos técnicos, diferente dos Garotinho, que firmavam contratos até mesmo com pareceres contrários da procuradoria”, finalizou. 
“É natural que o Wladimir aponte outros candidatos a deputado estadual dentro. Estou absolutamente tranquilo quanto ao nascimento de outras candidaturas no nosso grupo. A minha postura durante esses três anos me credencia a ter a credibilidade do próprio grupo”.
Bruno Dauaire, deputado estadual
“Ele defende o ‘legado da família Garotinho’, foi veemente na defesa das políticas de endividamento sem critério algum adotadas na ‘venda do futuro’, aliás será que ele tem ciência de que existe uma investigação nacional pela ausência de critérios em contratos com a Caixa?”
Marcão Gomes, presidente da Câmara de Campos
“A comparação da venda do futuro com a situação de um estabelecimento comercial não é justa, não pode ser feita de qualquer maneira. Até porque foi um dado da minha empresa que falei para poucas pessoas. Eu administro uma instituição privada, que visa lucro. Não pode é deixar a Prefeitura com dívidas”.
Neném, vereador
César Tinoco
César Tinoco / Foto: Rodrigo Silveira
"Tivemos a maturidade necessária para focar na gestão, ao contrário de quem vive pensando apenas em eleição. Vivemos em uma cidade que teve todas as oportunidades de se desenvolver e se tornar independente, mas a sede pelo poder e a ganância impediram que isto ocorresse”.
César Tinoco, chefe de gabinete do prefeito Rafael Diniz
Divulgação
“Assim que assumi a função de superintendente de Comunicação, deixei o quadro societário da empresa. Não tenho qualquer tipo de gerência do ponto de vista empresarial. Tentar levar este assunto para o campo político é mais uma artimanha de quem tenta nivelar o debate por baixo”
Thiago Bellotti, superintendente de Comunicação

ÚLTIMAS NOTÍCIAS