Penas de Cabral já chegam a 100 anos
02/03/2018 23:48 - Atualizado em 08/03/2018 16:10
O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) foi condenado a 13 anos e 4 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pela compra de joias, com objetivo de lavar dinheiro do crime. A decisão foi tomada nessa sexta-feira pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Esta é a quinta condenação de Cabral. Somadas, as penas agora chegam a 100 anos de prisão em cinco processos: quatro com Bretas, no Rio, e um com o juiz Sérgio Moro, no Paraná. Ainda nessa sexta, Sérgio Côrtes, secretário de Saúde no governo do peemedebista e também réu na Lava Jato, disse a Bretas que o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) recebeu propina. Pezão repudiou as declarações.
No julgamento de Cabral, também foi condenada a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, a 10 anos e 8 meses, em regime semiaberto; o operador financeiro do grupo, Carlos Miranda, a 8 anos e 10 meses, em regime fechado; e o outro operador financeiro, Luiz Carlos Bezerra, a 4 anos, em regime aberto.
Bretas determinou ainda a perda das joias, compradas à joalheria H.Stern, e o pagamento de multa no valor de R$ 4,527 milhões, repartidos entre os quatro condenados.
Côrtes — O ex-secretário de Saúde foi interrogado novamente por Bretas. O objetivo era trazer fatos novos ao processo aberto a partir da operação Fatura Exposta, que investiga o pagamento de propinas milionárias por empresas do setor de saúde ao próprio Côrtes e a outros integrantes do governo Cabral. Ele citou nomes de outros empresários que participariam dos esquemas, que envolviam direcionamento de licitações para determinados grupos de venda de materiais hospitalares e de prestação de serviços médicos.
Em outro trecho de seu depoimento, Côrtes disse que Cabral e Pezão receberam contribuições do empresário Ronald Carvalho, dono de uma empresa que fabrica módulos usados nas UPAs e em clínicas da família. Segundo ele, o processo de escolha foi direcionado. Questionado por Bretas se as operações com a empresa de Carvalho resultaram em propina ou dinheiro por fora, Côrtes respondeu: “O Ronald Carvalho virou um contribuinte do governador [Cabral] e do próprio vice-governador Pezão”.
Pezão respondeu à acusação por meio de nota. “Repudio veementemente essa mentira sórdida, que vem de uma pessoa que não fez parte do meu secretariado. A afirmação absurda é um ato de desespero de alguém que já admitiu ser corrupto, esteve preso, vem sendo acusado frequentemente de corrupção e não honrou a classe médica. Agora, inventa mentiras para amenizar sua pena forçando uma delação premiada, com afirmações que são falsas e mentirosas”, disse a nota. (A.N.)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS