Jéssica Felipe
27/03/2018 18:24 - Atualizado em 29/03/2018 14:11
Apesar do avanço de três metros na última semana, a previsão é de maré baixa em Atafona. Nos últimos dias, o mar voltou a levar parte dos escombros que ainda restam do conhecido prédio do Julinho, chegando a atingir o muro da residência mais próxima do local. A Defesa Civil e secretaria de Meio Ambiente do município estiveram no lugar e continuam monitorando a situação, que segundo o coordenador, Adriano Assis, está sob controle.
Adriano explicou que o cenário é esperado para essa época do ano, que geralmente apresenta muitas fases de avanço e recuo.
— Tivemos uma maré mais alta um pouco, de lua nova e de lua cheia, que enche mais. Temos uma semana já e isso foi mais acentuado num ponto só, naquela parte no prédio do Julinho. O mar avançou em média três metros e contornou os escombros do prédio se aproximando do muro da casa. Até o momento permanece e não tem nenhuma alteração. Está se aproximando esses meses que sempre tem uma ressaca ou outra, pode vir a acontecer dele avançar mais um pouco, mas a previsão é de maré baixa. Ele está na faixa de areia ali, mas já estamos na maré baixa, maré pequena — acrescentou o coordenador da Defesa Civil, informando que o mar pode recuar na mesma medida que avançou ou mais um pouco nos próximos dias.
Para a região do pontal, a situação é similar. "Devido à cheia mudou um pouco o cenário no Pontal, mas permanece a mesma situação, rio baixo e sobre normalidade, medindo atualmente 5,1 metros", esclareceu Adriano.
A dona do imóvel atingido, Sônia Ferreira, disse que, apesar da situação tensa, o momento é de esperança. "Tenho fé que vai ficar tudo bem. É de fato muito triste a gente acompanhar esse momento". Sônia, que mora atualmente com a filha e o neto, diz que sua família fica preocupada com a situação. "A maioria está longe e não está acostumada com isso. A pressão para sair daqui é muito grande, mas por enquanto vou ficando até se acontecer de o muro cair".
Contenção - Ainda no papel, o protejo de contenção do mar na orla de Atafona é uma das esperanças tanto do poder público quanto da população. Na busca de recursos para obras de contenção do avanço do mar em Atafona, a Prefeitura de São João da Barra enviou à Coordenadoria Geral de Prevenção e Preparação da Defesa Civil Nacional, no ano passado, o Plano de Trabalho de Obras de Contenção. O plano tem como base o anteprojeto elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), que prevê um valor em torno de R$ 180 milhões para sua execução.