Prometida pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), para ser retomada ainda neste ano, a obra de construção da ponte Integração, que ligará São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, ainda não tem data definida para voltar a ser feita. Há mais de 30 anos que a região aguarda a ponte ficar pronta, uma vez que o primeiro projeto da mesma obra não chegou a ser concluído.
Em nota enviada pela assessoria do Departamento de Estradas de Rodagens do Rio de Janeiro (DER-RJ), no último dia 7, o órgão informou que “de concreto por enquanto não há nada (em relação a alguma novidade da sobre a volta da obra), mas existe o desejo de retomar a obra ainda neste ano”.
Enquanto o projeto não volta a ser colocado em prática, os municípios de São João da Barra e São Francisco de Itabapoana aguardam pelo cumprimento da promessa do governador.
A Prefeitura de São João da Barra informou que a retomada das obras da ponte da Integração entrou na agenda da prefeita Carla Machado logo no início de sua terceira gestão como prefeita de São João da Barra. Em fevereiro de 2017, ela levou a solicitação ao secretário de Estado de Obras, José Iran Peixoto. Em outras oportunidades, a prefeita voltou a solicitar a conclusão da obra, destacando sua importância do ponto de vista econômico e geográfico para São João da Barra e toda região. Ainda em seu primeiro mandato (2005/2008), a prefeita iniciou um movimento regional em prol da construção da ponte. “A expectativa é que, com a recuperação fiscal do Estado do Rio de Janeiro, a obra seja concluída ainda este ano, conforme afirmou o governador Luiz Fernando Pezão”.
A Prefeitura de São Francisco de Itabapoana também já cumpriu diversas agendas com o intuito de fazer a obra andar e, atualmente, aguarda uma nova posição do governo estadual sobre o assunto.
Promessa de Pezão foi feita no ano passado
Quando o governador Pezão esteve no Açu, no dia 8 de novembro de 2017, em visita ao complexo portuário, ele chegou a mencionar que a retomada da obra aconteceria antes de seu mandato terminar. No entanto, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) chegou a afirmar que a construção estaria entre as prioridades de sua gestão após a consolidação do acordo de recuperação fiscal junto ao governo federal e depois de quitar o salário dos servidores estaduais.
Em outubro do ano passado, as prefeitas Francimara Barbosa Lemos (PSB) e Carla Machado (PP), respectivamente de São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, chegaram a ter uma reunião com o governador. Na ocasião, segundo a prefeita Carla Machado, Pezão teria dito que a retomada da obra seria em janeiro, porém isso não aconteceu.
A equipe de reportagem chegou a enviar um e-mail para a assessoria do governador Luiz Fernando Pezão, mas até o fechamento da edição nenhuma resposta sobre alguma nova previsão foi dada.
Projeto deveria ter sido concluído em 360 dias
O projeto da nova ponte vai ter 1,3 quilômetros de extensão e 16,2 metros de largura. Com pedra fundamental lançada em 2014, a obra foi orçada em R$ 124.113.316,08 e a previsão inicial para conclusão foi de 360 dias corridos, mas está parada desde 2016. A intenção é encurtar o caminho entre os municípios em aproximadamente 100 quilômetros. Os pilares da nova obra serão construídos no entroncamento da BR 356, próximo ao trevo que dá acesso ao Superporto do Açu.
Há mais de 30 anos, os dois municípios aguardam pela conclusão da ponte, que será ainda uma alternativa de tráfego à BR 101, a partir da integração do novo anel rodoviário à Rodovia do Sol, no Sul do Espírito Santo, por meio da RJ 194. A ideia de se construir uma ligação entre as regiões sul e norte do rio Paraíba do Sul surgiu durante o governo militar. As obras começaram na década de 80, mas foram interrompidas assim que os 18 pilares foram colocados.
À época em que a ponte começou a ser construída, os dois lados do rio Paraíba do Sul pertenciam a São João da Barra.
Atualmente, o acesso entre os dois municípios só é feito de barco ou pela estrada, dando a volta por Campos até a BR 101 (Campos-Vitória), seguindo por Travessão. São Francisco, no lado norte, virou município em 1996, quando chegou a ser iniciado um movimento pela retomada das obras, que acabou não surtindo efeito.
