Em tempos de intervenção federal na Segurança Pública no estado do Rio de Janeiro, com foco voltado para a capital, três homens morreram depois de um intenso tiroteio com policiais militares, na noite da última quarta-feira (28), na rua das Acácias, no bairro Nova Holanda, em Macaé. Até o fechamento desta edição, os mortos não tiveram os nomes e as idades divulgadas. Depois da troca de tiros, foram apreendidas, no local, armas e drogas.

A Polícia Militar informou que recebeu denúncias anônimas apontando que vários homens estavam vendendo entorpecentes na região. Os policiais fizeram um patrulhamento na rua e encontraram os suspeitos armados. Ainda segundo a polícia, eles atiraram contra a viatura. Os militares, então, teriam revidado a agressão e conseguiram atingir os suspeitos. Os três baleados chegaram a ser socorridos e levados para o Hospital Público de Macaé (HPM), mas não resistiram aos ferimentos. Nenhum policial ficou ferido durante a ação.

Pouco depois do tiroteio, a polícia apreendeu, no local, duas pistolas, calibre 9 mm e calibre 40 mm, além de um revólver calibre 38, com mais de dez munições e 80 buchas de maconha, 16 papelotes de cocaína e 15 de skunk e dois rádios comunicadores. Todo o material foi levado para a 123ª Delegacia de Polícia (Macaé). Os corpos foram removidos para o Instituto Médico Legal (IML) da cidade.

Histórico do local - A comunidade do bairro Nova Holanda tem indícios de envolvimento com o tráfico na capital fluminense. Em 2010, a morte do traficante Rogério Rios Mosquera, o Roupinol, no Morro de São Carlos, na Zona Norte do Rio, impulsionou o fechamento do comércio em Nova Holanda, Malvinas e Barra. Pouco antes da morte de Roupinol, seu braço direito no esquema de venda de drogas em Macaé, Francisco Chagas Pereira Santos, o Ceará, foi preso em ação da Polícia Federal, na Ilha da Saudade, no rio Macaé. Na ocasião também foi preso Antônio Ribeiro Santos, chefe do morro São Jorge. Roupinol já havia sofrido uma baixa em 2007, quando a polícia estourou uma refinaria ligada a ele, em Conceição de Macabu. Foram apreendidos armamento pesado e pasta base que viria do Mato Grosso para ser preparada e distribuída em larga escala para morros do Rio.

Morte de PM - Em janeiro deste ano, o cabo da Polícia Militar José Renê Araújo Barros, de 35 anos, foi morto durante uma ação que resultou em troca de tiros com traficantes no bairro Lagomar. O policial foi atingido na cabeça e foi o terceiro policial militar morto neste ano no estado do Rio. José Renê estava há oito anos na corporação e deixou esposa e três filhos.

Cinco pessoas feridas durante o confronto foram socorridas para o Hospital Público de Macaé (HPM), e posteriormente encaminhadas à 123ª Delegacia Legal da cidade, suspeitas de participação no confronto. Na ocasião, a Prefeitura de Macaé chegou a informar que recebeu um pedido da Polícia Militar para que todas as escolas municipais localizadas no Lagomar fossem fechadas no dia seguinte.

Uma grande força-tarefa foi montada unindo as polícias Militar, Civil, Rodoviária Federal e Rodoviária Estadual, além da Guarda Municipal macaense para tentar capturar suspeitos de participação no tiroteio que levou à morte do policial. Foram utilizadas ainda aeronaves do Grupamento Aeromóvel da PM (GAM). Não houve divulgação de balanço da operação. (J.L.) (D.A.)