Jéssica Felipe
26/03/2018 19:08 - Atualizado em 28/03/2018 14:15
Usuários de vans da Camposcooper, cooperativa responsável pelas linhas da Baixa Campista, começaram a pagar tarifas mais caras nesta segunda-feira (26). A informação sobre o aumento teve início, no último final de semana, nas redes sociais e dentro dos veículos. Entre os valores com maior diferença está a linha Campos x Farol, que passou de R$ 5 para R$ 6,65. Segundo a Prefeitura, o transporte alternativo possui tarifas máximas diferenciadas previstas na portaria nº 027/2011, que regulamenta o setor.
O informativo colado dentro dos veículos da Camposcooper diz que a mudança está relacionada aos transtornos no transporte público da Baixada e políticas estabelecidas pelo Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT).
Para Erenilda Gomes, 58 anos, que mora em Baixa Grande e trabalha como doméstica no Centro, a mudança foi inesperada. "Acho um absurdo. Soube de boca a boca e pela televisão. Pra quem trabalha todo dia fica como? Eu nem tive tempo pra dizer para os meus patrões. Hoje já paguei a diferença", opinou Erenilda, que aguardava na fila depois de um dia de trabalho.
Moradora de Mussurepe, Dayana Pinheiro, de 31 anos, também foi pega de surpresa com a decisão. "Eu soube dentro da própria van. Pra mim, eles deveriam avisar com mais tempo para as pessoas se programarem. Eu não preciso vir a Campos todo dia, mas tem gente que sim", disse.
Em resposta, a presidente da Camposcooper, Rosana Moreira, esclareceu, através da página do Portal TCCG Transporte Coletivo Campos dos Goytacazes, que entende a opinião dos usuários, mas que o aumento é autorizado pela portaria de 2011.
“Temos uma portaria de 2011 que autoriza o valor da passagem até R$ 6,65. O transporte de distrito é feita por sessão e sempre cumprimos isso. Essa portaria foi editada em 2011, como você pode observar. Sempre fazemos as coisas pensando nos passageiros, mas está impossível continuar com o valor de R$ 5,00, devido aos custos altos com a manutenção dos veículos. Não estamos aumentando o valor da passagem, só estamos tentando sobreviver, temos manutenção de carro, que é muito alta Não somos "aproveitadores da situação", somos apenas pessoas que precisam lutar por uma sobrevivência. Os carros precisavam ser vistoriados, anualmente, e para pegar o certificado temos que ter todos os documentos e veículos em dia”, colocou Rosana.
O Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), através de nota, confirmou a permissão do aumento pela portaria citada e esclareceu que "o valor máximo estipulado à época foi de R$ 6,65 no trecho Campos-Farol. O transporte coletivo (ônibus) continua atendendo a população com a tarifa única de R$ 2,75 em todo o município. A oferta de ônibus que atende a Baixada já começou a ser ampliada na semana passada e o IMTT trabalha para que ao longo dos próximos dias mais coletivos passem a circular na região".
Ainda segundo o IMTT, "as equipes do órgão estarão fiscalizando as linhas do transporte alternativo da linha Campos-Farol, também, para garantir que os valores sejam aplicados conforme portaria de 2009, 2010 e 2011". O presidente do IMTT, Felipe Quintanilha, informou que o intuito é que até o meado do ano de 2018, o transporte alternativo possa ser licitado, para que haja maior harmonização junto ao transporte coletivo. "Através da licitação do transporte alternativo, será possível, por exemplo, ter a definição de horários, itinerários e, principalmente, a promoção de melhoria do atendimento à população".