O Grupo de Trabalho de Promoção da Igualdade Racial de Campos dos Goytacazes (GTPIR), formado por vários movimentos que lutam pela igualdade racial no município, realizará nesta terça-feira, a partir das 16h, na Praça do Santíssimo Salvador, no Centro, um ato público contra o racismo. O evento, que acontece desde 2014 em comemoração ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, terá na programação deste ano uma homenagem ao ativista local Luiz Carlos Gomes Filadelpho, conhecido como Babalorixá Kakalo de Ode, e também um minuto de silêncio dedicado à vereadora e ativista Marielle Franco, morta na última quarta-feira (14), no Rio de Janeiro.

Para o presidente do Conselho de Igualdade Racial de Campos, Gilberto Coutinho, o ato é uma manifestação em memória à luta e resistência de homens e mulheres negros contra o racismo estrutural e institucionalizado.

— Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras, segundo o Atlas da Violência divulgado no ano passado. A violência contra os negros perpassa pelo cenário religioso. Em 2017, o povo de matriz africana de Campos foi a Câmara de Vereadores exigir respeito social para as religiões afrodescendentes, porque estavam acontecendo muitas coisas, como desmontes de terreiros, por exemplo. A gente não estava tendo atendimento específico, que é o que a política de assistência social prevê —, destaca Gilberto.

Com a falta de retorno aos manifestos, o ato deste ano também será instrumento de cobrança, segundo o presidente do conselho. “Os ataques racistas continuam e até aumentaram. Em Campos, de 2016 até hoje, 20 casas de santo foram depredadas e as pessoas obrigadas a saírem. Nós do GTPIR, atuantes de 2013 a 2017, período de inoperância do Conselho Municipal de Igualdade Racial (CMPIR), denunciamos as práticas racistas, sejam elas violentas ou brandas existentes” disse.