Apesar de o sol ter voltado a aparecer nesta segunda-feira (11), várias localidades de Campos ainda contabilizavam os prejuízos do final de semana chuvoso. Em Lagoa de Cima e Imbé, os moradores ficaram ilhados. Com o volume de água que se acumulou nas estradas que dão acessos às localidades, boa parte do percurso até as casas teve que ser feito de barco. A profundidade da água no asfalto chegou a atingir 70 cm. Em Morro do Coco, em média, sete famílias foram desalojadas e encaminhadas para o abrigo improvisado na escola municipal. Outras 20 estão sendo assistidas. A coordenadoria de Defesa Civil informou que não há previsão de chuva até o dia 16 de março. O rio Paraíba do Sul atingiu 8,79m nesta segunda. A cota de transbordo é de 10,40m.

Nos dois acessos à Lagoa de Cima, por Tapera ou Santa Cruz, só foi possível passar com veículos mais altos. Alguns moradores se arriscaram em atravessar a pé, com moto e carroças até as partes mais rasas da estrada. O morador Luiz Carlos Gomes, 60 anos, contou que nesse domingo (11) a situação piorou. Ele tem gado no Imbé e o percurso para cuidar dos animais foi feito de canoa. "Só passa carro grande, então, para chegar até lá, estou indo de barco mesmo. Faço mais ou menos em uma hora. Moro a minha vida toda aqui e, desde a enchente de 2008, este está sendo o pior período", relatou.

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  Alagamento em Lagoa de Cima (Foto: Antônio Leudo)

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  Alagamento em Lagoa de Cima (Antônio Leudo)

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  Alagamento em Lagoa de Cima (Antônio Leudo)

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  Alagamento em Lagoa de Cima (Antônio Leudo)

Wilson Souza, 60 anos, é morador e possui um bar na localidade de Morro Alto, em Lagoa de Cima. Com receio das consequências do clima, ele fechou o bar. "Ainda não alagou lá, mas está quase. As pessoas não têm como chegar, então preferi fechar", contou. 

Segundo a Defesa Civil do município, equipes foram deslocadas para a região e estão avaliando as condições no local para tomar medidas necessárias. No Imbé, houve deslizamento de terra em trechos que estão sendo desobstruídos. Ainda de acordo com o órgão, no final de semana a equipe da Defesa Civil recebeu chamado para os bairros Novo Jóquei e Santa Rosa. 

Moradores de Ururaí estão apreensivos com o nível do rio que na manhã desta segunda-feira alcançou 3,90m, 10 centímetros a mais que a cota de transbordo. As águas invadiram os quintais, algumas vielas e chegaram às portas de algumas casas. As águas estão vindo de Lagoa de Cima, que recebe água da região do Imbé e é escoada pelo rio Ururaí e deságua na Lagoa Feia.

O pedreiro Enderson Leite Barcelos está com água na porta de casa. Ele e a família preferiram sair da residência. “Levantei os móveis e estamos indo para casa da minha sogra. A gente espera que o nível não chegue a tanto para não perdermos os objetos. A Defesa Civil esteve aqui e perguntou se a gente que ir para um abrigo. Mas preferi ir para a casa da minha sogra. Está tudo nas mãos de Deus”, disse.

Em nota, a Prefeitura informou que em Ururaí quatro famílias estão desalojadas e optaram por ir para a casa de parentes. O órgão permanece em estágio de Atenção e prestando todo apoio necessário às famílias. A Defesa Civil esteve no distrito e vistoriou todas as casas localizadas à margem do rio. A orientação é para que as famílias, que moram muito próximas ao rio, acionem a Defesa Civil, em tempo hábil, através do telefone (22) 98175 2512. O órgão vem monitorando a situação do distrito.

Alerta - A Coordenadoria Municipal da Defesa Civil emitiu, nesta segunda, um alerta a motoristas para que evitem estacionar no Cais da Lapa. Aqueles que estacionaram pela manhã e início da tarde tiveram que retirar seus veículos. 

“A vazão na represa da Ilha dos Pombos, em Resende, está muito intensa e a água está chegando numa velocidade muito grande. Com isso, a água deve voltar invadir a área do Cais”, disse Edison Pessanha. A Coordenadoria segue monitorando os rios.

Norte de Campos - A secretaria de Desenvolvimento Humano e Social (SMDHS) do município informou que, até esta segunda, cerca de sete famílias estariam desabrigadas e 11 desalojadas - que se encontram na casa de parentes, no norte de Campos. "Todas as famílias desabrigadas até o momento estão em Morro do Coco, na Escola Municipal Lulo Ferreira de Araújo. A Prefeitura distribuiu cerca de 100 cestas básicas, colchonetes, água mineral e mil refeições para famílias afetadas de alguma forma pelas chuvas", respondeu a assessoria.

No bairro do Buraco do Sapo, distrito de Morro do Coco, outras oito famílias estão sendo assistidas pela SMDHS com cestas básicas, mas seguem em suas casas. Mesma situação de 12 famílias próximas ao km 28 (Posto Mangueira), da BR 101.

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  Alagamento em Lagoa de Cima (Antônio Leudo)

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  Alagamento em Lagoa de Cima (Antônio Leudo)

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  Alagamento em Lagoa de Cima (Antônio Leudo)

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  Estrada de acesso a Lagoa de Cima alagada

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  Estrada de acesso a Lagoa de Cima alagada

Estrada - Ainda nesta segunda-feira (12), dois pontos da BR 101 ficaram em estado de alerta por consequência da chuva. De acordo com a Autopista Fluminense - concessionária responsável pela via -, no km 160 (Macaé), no sentido Espírito Santo, foi implantada a operação pare-siga. No km 28 (Campos dos Goytacazes), sentido Niterói o fluxo seguiu pelo acostamento e no sentido Espírito Santo o fluxo seguiu sentido Niterói.

Ajuda - O Governo do Estado vai publicar, nesta terça-feira, um decreto para solicitar ao Ministério da Integração recursos para a recuperação de cidades fluminenses atingidas pelas chuvas. O anúncio foi feito no último sábado (10) pelo secretário da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Christino Áureo.