Jhonattan Reis
23/03/2018 20:24 - Atualizado em 27/03/2018 14:55
A I Jornada Cultural da Federação das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro (Falerj) acontece neste sábado (24) na sede da Academia Campista de Letras (ACL), localizada no Jardim São Benedito, no Centro. O evento, promovido pela ACL, será realizado entre 9h e 17h30 e contará com várias atrações, entre palestras, apresentações artísticas e debates. Na programação de debates está a mesa redonda sobre o tema “Literatura, Imprensa e Cultura”, que terá as participações do jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa e dos professores Analice Martins, Adriano Moura e Orávio de Campos Soares.
Aluysio Abreu Barbosa falou sobre a importância da mesa “Literatura, Imprensa e Cultura”.
— Hélio (Coelho, presidente da ACL) sugeriu que a gente fizesse essa interface entre literatura e imprensa, algo que já foi muito forte nos veículos impressos nos séculos XIX e XX. Várias pessoas publicavam seus trabalhos literários primeiro na imprensa, em fascículos, e depois reuniam os textos para virar livro, a exemplo de Machado de Assis e Freud.
Ele também apontou a mudança ocorrida na relação entre literatura e imprensa com o passar dos anos.
— Essa parceria (literatura e imprensa) já foi muito grande, mas depois da Segunda Guerra Mundial, com esse modelo estadunidense de um jornalismo mais técnico, houve certo afastamento. Porém, essa relação não se perdeu. Um exemplo local é a Folha Letras, uma página que sai toda sexta-feira na Folha Dois, da Folha da Manhã, sendo um espaço destinado à literatura.
Já Adriano Moura ressaltou que o debate será um momento interessante para refletir, também, sobre as fronteiras entre textos ficcionais e não ficcionais.
— É uma discussão interessante. As questões ligadas à separação entre um texto jornalístico e um texto ficcional estão cada vez menos definidas. Desde as próprias publicações de crônicas nos periódicos, essas fronteiras já se tornam um pouco esborradas. E algo que sempre foi muito inerente à literatura, que é a ficção, está cada vez mais presente no cotidiano da imprensa. Este encontro na ACL terá as presenças de jornalistas, professores e pessoas interessadas em literatura de maneira geral. Será um encontro bacana para pensar nessa problemática — relatou ele.
De acordo com o presidente da Academia Campista de Letras, Hélio Coelho, o evento receberá pessoas de todo o Estado, incluindo o presidente da Academia Fluminense de Letras, Waldenir de Bragança. Ele também destacou a importância de Campos se transformar, hoje, num pólo de debate sobre cultura no Estado do Rio.
— Teremos a participação de jornalistas, artistas e intelectuais para que todos saiam com uma visão do que nós somos. Estaremos contribuindo para uma reflexão sobre a cultura e o papel das academias de letras no século XXI.
Fundada no ano passado, a Federação das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro definiu quatro jornadas para 2018. Campos será, hoje, a primeira cidade a realizar o evento, que está dentro da programação do sesquicentenário de Nilo Peçanha e da agenda em comemoração ao aniversário da elevação de Campos à categoria de cidade, em 28 de março. Também haverá jornadas em Cambuci, Petrópolis e Nova Friburgo.
Agenda — A programação deste sábado tem início às 9h30, com recepção, apresentação de credenciais e café de boas vindas. Às 10h, o presidente da Falerj, Waldenir de Bragança, fará a abertura da jornada e o coordenador do evento, Hélio de Freitas Coelho, dará as boas vindas aos presentes. Também será feita a autoapresentação dos representantes das academias e entidades culturais.
Às 10h30, tem início a mesa redonda “Sesquicentenário do líder Nilo Peçanha — presidente da República”. Meia-hora depois, haverá a abertura do seminário “Educação, Cultura e Ética — o que mais fazer”.
A agenda tem uma pausa às 12h15 para um almoço de confraternização, com retorno às 14h para um momento literomusical, com participação de músicos locais e de poetas da ACL, da Academia Pedralva de Letras e Artes e da União Brasileira de Trovadores. Às 14h30, acontece a mesa redonda “Literatura, Imprensa e Cultura”. Uma hora depois, a Associação de Autoras e Autores Campistas (AAAC) estará presente abordando o tema “Formação de leitores e identidade cultural”.
Às 16h30 serão apresentadas propostas e recomendações pelos representantes das entidades integrantes da Falerj. Fechando a programação, às 17h, momento literomusical com pianista Ivan Gloria Machado e convidados.