Jhonattan Reis
13/03/2018 18:52 - Atualizado em 15/03/2018 17:07
“Escolhi este filme porque depois de assisti-lo não conseguia tirá-lo da cabeça. E quando um filme deixa uma marca assim no espectador é porque ele tem alguma coisa especial”. As palavras são do advogado e publicitário Gustavo Oviedo, que relata sobre o longa-metragem “Projeto Flórida” (The Florida Project, 2017), do diretor Sean Baker. Oviedo apresenta o filme de Baker nesta quarta-feira (14) à noite no Cineclube Goitacá. A sessão começa às 19h na sala 507 do edifício Medical Center, localizado na esquina das ruas Conselheiro Otaviano e Treze de Maio, no Centro de Campos, com entrada gratuita.
Em “Projeto Flórida”, Moonee (Brooklynn Prince), uma agitada garotinha de seis anos, apronta com o vizinho Scooty (Christopher Rivera) e faz novas amizades nas redondezas dos parques Disney. Ela vive com a mãe (Bria Vinaite) numa hospedagem de beira de estrada e as duas contam com a proteção do gerente Bobby (Willem Dafoe) na batalha diária pela sobrevivência com poucos recursos e muitos riscos.
— O grande lance de “Projeto Flórida” é a visão delicada que o diretor Sean Baker utiliza para harmonizar a euforia e a alegria das crianças, que não pensam em outra coisa que não brincar, com a dureza das condições econômicas na qual estão inseridas. No entanto, não há demagogia nem golpe baixo na história, apesar de ela ser conduzida para um desfecho inevitável, mas que é resolvido de forma surpreendente — disse Oviedo, lembrando que o longa em questão estreou em outubro do ano passado nos Estados Unidos, tendo tido sua estreia no Brasil há duas semanas.
Sobre a afirmação de que não conseguia tirar “Projeto Flórida” da cabeça depois de assistir ao filme, Gustavo Oviedo relatou que isso não acontece com ele em relação a qualquer obra. Ele falou, ainda, que acredita que o filme dará um bom debate no Cineclube.
O apresentador da noite explicou que Sean Baker ficou conhecido em 2016 por realizar um filme inteiramente filmado com Iphone, chamado “Tangerine”.
— É um realizador que faz obras intimistas e independentes, afastado da espectacularidade de Hollywood.
Gustavo Oviedo ainda comentou que pensa ser uma grande injustiça a ausência de “Projeto Florida” na lista de indicados para Melhor Filme no Oscar 2018.
— O trabalho de Willem Dafoe foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante e não levou. Mas é ainda mais revoltante que a menina que faz de Moonee, a Brooklynn Prince, não tenha sido indicada a Melhor Atriz. Ela atua com uma capacidade e uma segurança tal que merecia o Oscar — relatou ele, acrescentando:
— Quem comparte essa opinião é o escritor (Luis Fernando) Veríssimo, que escreveu justamente sobre isso na sua coluna do jornal O Globo (“não bastasse darem o Oscar de Melhor Filme de 2017 ao pegajoso ‘Forma da Água’, não foi sequer mencionada, que dirá premiada, a atuação inacreditável de Brooklynn Prince no filme ‘Florida Project’. Ela mereceria um Oscar de melhor atriz mesmo que não tivesse apenas 7 anos de idade”, pontuou Veríssimo). Tenho certeza que qualquer um que for ao Cineclube Goitacá também concordará conosco — concluiu.